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Terrorismo internacional deixa de ser ideológico e passa a ser fanatismo religioso (Arq.)

Terrorismo internacional deixa de ser ideológico e passa a ser fanatismo religioso

Os ataques ocorridos na semana passada na França, com o massacre ao jornal satírico, Charlie Hebdo e ao mercado de artigos comestíveis judaico, chamam atenção para uma mudança no terrorismo internacional.

Em entrevista a rádio Sputnik, o professor de Relações Internacionais da USP – Universidade de São Paulo, Samuel Feldberg analisou com preocupação a evolução do terrorismo internacional, que agora está com novas características.
O movimento perdeu a ideologia de libertação nacional e de contestação das estruturas econômicas dos países ocidentais das décadas de 1960 e 1970, e se transformou em fanatismo religioso. 
“Desde o advento da Al-Qaeda, essa forma de terrorismo baseada em valores islâmicos, exige mudança no comportamento das sociedades ocidentais. Não há demanda específica, como nos movimentos de libertação nacional, que exigiam a mudança de governos de determinados estados. São grupos que querem mudar a forma de vida e valores da sociedade ocidental, e não vão abrir mão dessa luta”, analisou.
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Samuel Feldberg diz que o fenômeno se deve ao aumento da intolerância e do antissemitismo na França. 
“Nos últimos anos na França aconteceram vários atentados e a maioria deles contra instituições da comunidade judaica, e não vemos esse grupo atacando outras comunidades pelos menos não no Mundo Ocidental”.
Mesmo com o acesso às mais avanças tecnologias e informações, o professor de Relações Internacionais da USP, revela que o maior desafio hoje das agências de inteligência é o de conseguir reunir dados concretos que desarticulem a formação desses grupos, principalmente por não serem terroristas que vem de algum país, mas sim muitos são membros das comunidades locais.
“Muitas informações difundidas na mídia de que os terroristas passaram por treinamento no Oriente Médio pela Al-Qaeda, e tinham envolvimento com recrutamento de membros da comunidade imigrante muçulmana na França, chegaram até os governos e serviços de inteligência, mas assim como no 11 de setembro, ainda existe a dificuldade dos dados serem encadeados de forma a impedir que os elementos consigam armamentos onde vão efetuar os atentados, e serem interceptados e presos ainda nas fronteiras”.


Fonte:
http://portuguese.ruvr.ru/news/2015_01_13/O-Terrorismo-Internacional-deixa-de-ser-ideol-gico-e-passa-a-ser-fanatismo-religioso-5494/