O nome Salomão significa «sabedoria», e na verdade rezam as lendas que Salomão foi o mais sábio dos reis.
Segundo rezam as lendas, Salomão foi o mais rico de todos os reis do mundo. Em termos comparativos, hoje em dia o presidente dos Estados Unidos da América não seria nem 1/3 tão rico quão terá sido o rei Salomão no tempos do seu reinado.
Muitos dizem que a verdadeira fonte da sua riqueza advinha de umas misteriosas minas, que ninguém sabe ao certo indicar onde se encontravam. Ao contrário, alguns ocultistas tendem a ver no mito das «minas do rei Salomão», nada mais senão uma metáfora para o verdadeira fonte do seu poder, que era o domínio exercido sobre os demónios.
As minas são algo subterrâneo e obscuro, de onde com grande perigo se extraem enormes riquezas. Pois os demónios são conhecidos por habitar no Hades, ou seja, nas profundezas da terra. E lidar com os demónios das mais profundas dimensões da terra, é como trabalhar numa mina: é um trabalho situado em zonas obscuras, um trabalho perigoso, mas um trabalho que pode fazer vir á luz do dia enormes riquezas. Defendem por isso certos ocultistas, que as minas nunca existiram verdadeiramente, mas eram antes uma parábola para expressar um segredo bem guardado: a fortuna do poderoso rei Salomão, advinha da magia negra e do controlo que Salomão exercia sobre os demónios.
Mas sobre Salomão e a magia, que sabemos?
Sabemos que Salomão se dedicou com grande fé a servir Deus, mas que por outro lado praticou cultos religiosos, místicos e esotéricos bem diferentes daqueles professados pela religião hebraica. Disso encontramos prova nas sagradas escrituras, onde podemos ler:
Salomão (...)seguia os preceitos de seu pai David.
Entretanto, oferecia sacrifícios e incensos nos lugares altos
Entretanto, oferecia sacrifícios e incensos nos lugares altos
I Reis 3,3
O texto é claro, e oferece-nos uma visão do que se passou na vida do famoso rei Salomão.
Salomão praticou cultos das Deusas de Fertilidade, havendo contribuído generosamente para a construção e manutenção de templos dedicados a essas divindades. Salomão envolveu-se com sacerdotisas, tendo praticado tais cultos.
Salomão seguiu Astarte, deusa dos Sidónios, e Melcom, ídolo dos amonitas (…) construiu um santuário a camos, ídolo dos moabitas (..)e um santuário a Melcom (…) Fez o mesmo para agradar ás suas mulheres estrangeiras, que queimavam incenso e ofereciam sacrifícios aos seus deuses.
I Reis 11,4-8
Sabemos por isso que Salomão se relacionou não apenas com o Deus hebreu, mas também com outras divindades. E como conseguiu Salomão fazer toda essa obra mística, com tanto sucesso?
A resposta também nos surge nos textos sagrados. No I Livro de Reis, observamos que Deus apareceu em sonhos a Salomão, e perguntou-lhe: «O que queres que te dê?» Salomão fez uma sabia escolha: não escolheu riquezas, nem fama, nem ouro, mas antes…. Sabedoria. E assim foi:
Deus concedeu a Salomão sabedoria
I Reis 5,9
Pois a sabedoria que Salomão recebeu, não foi apenas a sabedoria que lhe permitiu ser um político bem sucedido, mas também a sabedoria mais desejada e poucos conhecem: a sabedoria mística, os segredos mais profundos da espiritualidade.
Pois tão grande foi o poder das suas artes magicas, e tão reconhecida sua obra mística, ( quase milagreira), que ate mesmo Jesus fez referencia ao rei Salomão:
Ora aqui está quem é maior que Salomão
Lucas 11,29-31
Mas, haverão outras fontes históricas e místicas que expliquem como Salomão obteve o poder para realizar feitiçarias de magia negra tão poderosas que o tornaram lendário?
Pois existe um texto antigo, chamado «testamento de Salomão».
Nesse texto, existe uma curiosa narrativa que explica com detalhes, como é que o Rei Salomão alcançou tamanho poder sobrenatural e capacidades místicas.
O testamento de Salomão, foi descoberto no Egipto, e trata-se de um texto que data entre os séculos I e IV d.C.
È um texto que reflecte histórias contadas sobre Salomão em tempos idos, provavelmente através de uma tradição oral.
O testamento de Salomão revela que quando o templo de Israel estava a ser construído, um demónio chamado Ornias apareceu em Jerusalém. O demónio dedicou-se a roubar o salário do filho do chefe dos operários construtores do grande Templo. O demónio passou a inquietar o rapazinho, sendo que ele foi ficando cada vez mais magro e debilitado.
Salomão tinha um particular carinho pelo rapaz, e tentou saber o motivo do estado cada vez mais enfermo do menor. O rapaz explicou a Salomão o motivo do seu tormento, e Salomão, revoltado com a situação, orou de dia e de noite, pedindo a Deus que colocasse o demónio sobre a sua autoridade.
As preces foram ouvidas pelo arcanjo Miguel, que desceu á terra e deu a Salomão um anel com uma pedra preciosa, onde se encontrava inscrito um selo.
Salomão deu o anel ao rapaz, instruindo-lhe que quando o demónio lhe aparecesse, este lhe atirasse o anel em nome do Rei Salomão.
Assim sucedeu, e o anel que o rapaz atirou ao demónio, ficou cravado no peito desse, que imediatamente ficou em tormentos.
O demónio implorou para que o rapaz lhe retirasse o anel do peito, sendo que em troca lhe daria todo o ouro e prata que ele desejasse. Assim não sucedeu, e o rapaz foi fiel ao seu rei.
O demónio foi levado á presença do Rei Salomão. Salomão interrogou o demónio, ficando a saber o seu nome e seu símbolo astrológico.
Salomão passou a exercer domínio sobre o demónio Ornias, ( Ornias era um demónio pertencente a uma linhagem de arcanjos), fazendo que com esse demónio trouxesse outros demónios a subjugarem-se ao poder de Salomão.
A certo ponto, Salomão ordenou a Ornias que lhe trouxesse o príncipe dos demónios, usando para isso o poder do seu anel.
Ornias assim fez, e Belzebu foi capturado.
Belzebu passou assim a estar aos pés de Salomão.
Belzebu, preso e indefeso, foi forçado a trazer, acorrentados, todos os demónios sob seu poder, colocando-os á disposição de Salomão.
A partir daqui, Salomão invocou e dominou um demónio feminino de nome Onoskelis, ( que passou a estar permanentemente sob sua autoridade pessoal), bem como o terrível Asmodeus.
Conta a lenda que todos os demónios que foram subjugados por Salomão, foram usados na construção do templo, bem como na obtenção de fabulosas riquezas.
A mais ancestral tradição mística hebraica, revela-nos assim como usando o poder de Deus, Salomão praticou a mais poderosa magia negra e feitiços, obtendo inimagináveis riquezas e poder.
A chave da magia de Salomão é por isso essa mesma: a sabedoria mística, que permite pela fé e conjugação dos elementos místicos certos, subjugar e obter poder sobre as mais fortes e perigosas forças espirituais.
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