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A formação do cânon Bíblico - critérios usados

biblia-vulgata[1]
A palavra “cânon” vem do grego “kanóni” e do hebraico “qenéh” e significa régua ou cana de medir. Na teologia, é a lista dos livros bíblicos considerados, desde sempre, como inspirados por Deus.

Quais os critérios usados para determinar se um livro era ou não inspirado? Quando surgiu a lista definitiva dos livros da Bíblia? Quem escolheu estes livros? São perguntas que queremos tratar neste texto.

O Antigo Testamento já estava completamente canonizado pelos judeus até a primeira metade do século III e nesta lista os livros apócrifos nunca foram incluídos, o que mostra que desde os primórdios eles não eram aceitos, a ponto de, Jerônimo (347-420 A.D.), o erudito cristão, tradutor da Vulgata, os considerar como não inspirados.

Para determinar se um livro era canônico, isto é, inspirado ou não, para o Novo Testamento, os antigos cristãos usavam os seguintes critérios:

a) O autor deveria ser um apóstolo ou ter ligação direta com um deles;

b) O livro deveria ser aceito pela totalidade do Corpo de Cristo e não apenas por algumas congregações;

c) O ensino apresentado no livro deveria estar de acordo com a verdadeira doutrina cristã;

d) O livro deveria conter ensinos morais e espirituais que evidenciam a obra do Espírito Santo. Para um livro ser aceito precisava preencher TODOS estes requisitos, se faltasse um era desconsiderado.

O concílio de Laodicéia (363 A.D.) já havia definido os 27 livros canônicos do Novo Testamento, mas desde o primeiro século, muitos deles são citados por diversos autores renomados, como tal (2Pe 3:15-16).

Aqui é importante notar que os cristãos apenas reconheceram a obra do Espírito Santo sobre aqueles textos declarando-os canônicos, mas tais livros, como obra de Deus são inspirados em si mesmos e não foi a igreja que os fez assim, ela simplesmente reconheceu o que Deus já havia feito.

Portanto, dizer que a igreja A, B ou C ou que o líder religioso A, B ou C fizeram o cânon bíblico é desonestidade histórica e teológica. A Bíblia só tem, de fato, um autor – Deus e é Ele quem autentica Sua obra (Mt 5:18), nenhum ser humano ou instituição podem fazê-lo e jamais o fizeram.

Podemos crer com toda certeza que a Bíblia Sagrada que hoje temos é realmente Palavra de Deus e não palavra da igreja ou de homens. Além dos fatos aqui apresentados existem sólidas evidências científicas e arqueológicas que corroboram os dois Testamentos das Escrituras. Podemos ter plena certeza que, realmente, temos a Palavra de Deus. Agora, cumpre-nos decidir: Viveremos por ela? Estamos dispostos a obedecê-la? Que Deus nos ajude!