A infecção causada por hantavírus é uma doença viral que se transmite dos roedores aos humanos e causa graves infecções pulmonares e renais.
Os hantavírus são bunyavírus relacionados remotamente com o grupo dos vírus da Califórnia que provoca encefalite. Estão presentes em todo o mundo, na urina, nas fezes e na saliva de vários roedores, incluindo as ratazanas do campo e os ratos de laboratório. Contrai-se a infecção ao ter contacto com roedores e as suas dejecções ou possivelmente ao inalar partículas de vírus presentes no ar. Não existe evidência de contágio entre pessoas. Recentemente verificaram-se surtos de infecção por hantavírus no Sudoeste dos Estados Unidos, numa variante que afecta os pulmões. Contudo, os mesmos vírus e outros relacionados com eles foram encontrados em outras zonas dos Estados Unidos e é possível que existam em todos aqueles sítios onde vivam os hospedeiros adequados.
Sintomas
O processo pulmonar por hantavírus inicia-se com febre e dor muscular. Podem surgir dor abdominal, diarreia e vómitos. Depois de 4 a 5 dias, podem manifestar-se tosse e dificuldades respiratórias, um estado que pode piorar após algumas horas. Em consequência de uma perda de líquido para os pulmões pode verificar-se uma queda drástica da tensão arterial (choque), que pode pôr a vida em perigo. Quase invariavelmente depois do choque, produz-se a morte. A infecção que afecta os pulmões é mortal na maioria dos casos. Aqueles que sobrevivem conseguem recuperar completamente.
A infecção renal pode ser ligeira ou grave. A forma ligeira começa subitamente com temperatura elevada e dor de cabeça, costas e abdómen. Ao terceiro ou quarto dia, aparecem na membrana branca dos olhos e no véu do palato umas pequenas placas semelhantes a hematomas juntamente com uma erupção cutânea localizada no abdómen. Cerca de 20 % das pessoas adoecem gravemente e experimentam uma certa sonolência. A função renal deteriora-se, pelo que se acumulam substâncias tóxicas no sangue e isso causa náuseas, perda de apetite e fadiga. A erupção cutânea desaparece em aproximadamente 3 dias. O volume da urina torna-se maior do que o normal e o doente recupera depois de várias semanas.
A forma séria e grave da infecção renal inicia-se de forma semelhante, mas a temperatura é mais alta no terceiro ou quarto dias. Um primeiro sintoma típico é a vermelhidão do rosto, que lhe dá o aspecto de queimado pelo sol. Se se comprimir ligeiramente a pele, produz-se uma marca vermelha e persistente. Entre o terceiro e o quinto dia aparecem manchas punctiformes (petéquias), primeiro ao nível do véu do palato e depois sobre qualquer superfície da pele que sofra pressão. Quase ao mesmo tempo produz-se um derrame de sangue por trás da parte branca dos olhos. Aproximadamente durante o quinto dia, a tensão arterial pode baixar e produzir-se choque. Pelo oitavo dia, a tensão volta à normalidade, mas baixa a produção de urina. Esta volta a aumentar cerca do décimo primeiro dia. Nesse momento uma hemorragia, particularmente no cérebro, pode causar a morte. A infecção renal por hantavírus é fatal em cerca de 5 % dos casos. Algumas das pessoas que sobrevivem apresentam uma lesão renal permanente.
Tratamento
Em geral, proporcionam-se medidas de suporte. Se for tratada a tempo, o medicamento antiviral ribavirina pode ser de grande ajuda. Nos casos de infecção pulmonar, deve administrar-se oxigénio e o controlo da tensão arterial é fundamental para que o doente recupere. Em certos casos de infecção renal, é possível que seja necessária diálise, um processo que pode salvar a vida ao doente.
Fonte: manualmerck
Arranjo: JTC
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