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Filosofia e os cristãos? Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia

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COLOSSENSES 2:8 – Esse versículo quer dizer que os cristãos não devem estudar filosofia? 

PROBLEMA: Paulo nos adverte: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas” (Cl 2:8). Isso significa que os cristãos não deveriam estudar filosofia? Se for assim, por que Deus nos deu uma mente e nos ordenou que pensássemos (Mt 22:37) e que raciocinássemos (1 Pe 3:15)?

SOLUÇÃO:
Primeiro, a Bíblia não é contra a filosofia, da mesma forma que não é contra a religião. Ela não é contra a filosofia, mas é contra a vã filosofia, que Paulo chama de “vãs sutilezas” (v. 8). De igual modo, a Bíblia não se opõe à religião, mas apenas à vã religião (cf. Tg 1:26-27).

Paulo não está falando de filosofia em geral, mas de uma filosofia em particular, geralmente entendida como sendo uma forma primitiva do gnosticismo. Isso se evidencia por ter Paulo usado o artigo definido (no grego), que poderia ser traduzido por “a filosofia” ou “esta filosofia”. Paulo estava se referindo a essa filosofia em particular, da linha do gnosticismo, que havia invadido a igreja em Colossos, e que envolvia o legalismo, o misticismo e o ascetismo (cf. Cl 2); não se referia a toda filosofia.

Ainda, o próprio Paulo recebera um bom treinamento nas filosofias de seus dias, e até mesmo as citava de quando em quando (cf. At 17:28; T: 1:12). Ele com sucesso “arrazoou” com os filósofos gregos no Areópago, ganhando até mesmo alguns para Cristo (At 17:17, 34).

Em outras passagens ele disse que um bispo deve ser capaz de “exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem” (Tt 1:9), e que ele tinha sido “incumbido da defesa do Evangelho” (Fp 1:16). Pedro exortou os crentes, dizendo: “estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1 Pe3:15). Com efeito, Jesus disse que o grande mandamento é amar “o Senhor teu Deus de todo … o teu pensamento” (Mt 22:37, SBTB).

Finalmente, Deus não premia a ignorância. De fato, ele sabe que nós não podemos ter “cuidado” em relação a uma filosofia, se nós não a conhecemos. Ninguém irá consultar um médico que não estudou medicina. Mas é aqui que está o perigo. O cristão deve aproximar-se das falsas filosofias deste mundo da mesma maneira como um pesquisador da Medicina se aproxima do vírus da AIDS. O cientista deve estudá-lo objetivamente e com todo cuidado, para descobrir todo o mal que ele traz, mas não subjetivamente e de forma pessoal, a ponto de ser contaminado por essa doença.

Fonte: MANUAL POPULAR de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia
Autores: Norman Geisler – Thomas Howe


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Filosofia

A palavra grega fi·lo·so·fí·a significa, literalmente, “amor à sabedoria”. No uso moderno, o termo se relaciona com os empenhos humanos de compreender e interpretar por raciocínio e especulação a totalidade da experiência humana, inclusive as causas e os princípios subjacentes à realidade.

As palavras gregas para “filosofia” e “filósofo” ocorrem, cada uma, apenas uma vez nas Escrituras Gregas Cristãs. (Col 2:8; At 17:18) Evidentemente, quando Paulo escreveu à congregação em Colossos, na Ásia Menor, alguns ali corriam perigo de ser afetados pela ‘filosofia e vão engano, segundo a tradição de homens’. As filosofias gregas tinham então muito destaque. Mas o contexto de Colossenses 2:8 mostra que Paulo estava especialmente preocupado com os judaizantes, que tentavam trazer os cristãos de volta para a observância da Lei mosaica, com suas exigências de circuncisão, de dias festivos e da abstinência de certos alimentos. (Col 2:11, 16, 17) Paulo não se opunha ao conhecimento, pois orava para que os cristãos ficassem cheios dele. Mas, conforme mostrou, é preciso reconhecer o papel de Jesus Cristo na realização do propósito de Deus, para obter verdadeira sabedoria e conhecimento exato. (Col 1:9, 10; 2:2, 3) Os colossenses deviam acautelar-se para evitar que alguém, com argumentos persuasivos, os levasse como presa sua, por meio de raciocínios ou conceitos humanos. Tal filosofia seria parte das “coisas elementares [stoi·kheí·a] do mundo”, isto é, dos princípios ou componentes básicos e dos fatores motivadores do mundo, “e não segundo Cristo”. — Col 2:4, 8.

Quando Paulo estava em Atenas, ele teve um confronto com ‘os filósofos epicureus e estóicos’. (At 17:18) Eles chamaram o apóstolo de “paroleiro”, usando a palavra grega sper·mo·ló·gos, que se aplica literalmente a uma ave que apanha sementes. A palavra também transmite a idéia de alguém que apanha migalhas de conhecimento e as repete sem ordem ou método. Esses filósofos desprezavam Paulo e sua mensagem. A filosofia epicuréia era basicamente que a obtenção de prazer, especialmente de prazer mental, era o principal bem na vida (1Co 15:32); embora reconhecesse deuses, explicava-os como estando além da experiência e do interesse humanos. A filosofia dos estóicos enfatizava a sorte ou o destino natural; a pessoa devia ser muitíssimo virtuosa, mas esforçar-se a ser indiferente à dor ou ao prazer. Nem os epicureus, nem os estóicos, criam na ressurreição. Paulo, no seu discurso perante estes homens, salientou a relação e a responsabilidade da pessoa para com o Criador, e ligou isso com a ressurreição de Cristo e a “garantia” que isto fornecia aos homens. Para os gregos que buscavam “sabedoria”, a mensagem a respeito de Cristo era “tolice”. (1Co 1:22, 23), e quando Paulo mencionou a ressurreição, muitos dos seus ouvintes começaram a mofar, embora outros se tornassem crentes. — At 17:22-33.

Paulo, nas suas cartas inspiradas, enfatizou diversas vezes que a sabedoria e o falsamente chamado conhecimento do mundo são tolice para Deus e devem ser evitados pelos cristãos. — 1Co 1:18-31; 2:6-8, 13; 3:18-20; 1Ti 6:20.