É natural que cada um queira saber o que o futuro reserva. O desejo de ter sucesso e evitar o que é prejudicial é também universal. É por isso que as pessoas através das eras têm recorrido a espíritos e deidades em busca de orientação.
Ao assim fazerem, envolveram-se em espiritismo, magia, astrologia e outras práticas supersticiosas.
As pessoas no passado usavam amuletos e talismãs para se protegerem, ou recorriam a curandeiros e xamãs em busca de cura. As pessoas hoje ainda usam medalhas de “São” Cristóvão, portam amuletos de “boa sorte”, têm suas sessões espíritas, pranchetas Ouija, bolas de cristal, horóscopos e cartas de tarô. No que tange a espiritismo e superstição, parece que a humanidade pouco mudou.
Muitos, naturalmente, sabem que tudo isso não passa de superstição, e que não existe fundamento para essas coisas. E talvez acrescentem que as praticam apenas por diversão. Outros até mesmo argumentam que a magia e a adivinhação são realmente benéficas, pois dão segurança psicológica a pessoas que de outra forma talvez se acovardassem diante dos obstáculos que enfrentam na vida. Mas, será tudo isso uma simples diversão inocente ou apoio psicológico? Qual realmente é a fonte das práticas espíritas e da magia que consideramos neste capítulo, bem como das muitas outras que não mencionamos?
Examinando os vários aspectos do espiritismo, da magia e da adivinhação, notamos que estão intimamente ligados a crenças em almas que partiram e à existência de espíritos, bons e maus.
Assim, fundamentalmente, a crença em espíritos, magia e adivinhação baseia-se numa forma de politeísmo arraigada na doutrina da imortalidade da alma humana. É esta uma base sólida sobre a qual construir a sua religião? Consideraria aceitável a adoração baseada em tal fundamento?
Os cristãos do primeiro século viram-se confrontados com essas mesmas perguntas. Viviam rodeados pelos gregos e romanos, com seus muitos deuses e deidades, bem como seus rituais supersticiosos.
Um de tais rituais consistia em oferecer alimentos a ídolos e daí participar em comer de tais alimentos. Deveria participar em tais rituais aquele que amasse o Deus verdadeiro e desejasse agradá-lo? Note como o apóstolo Paulo respondeu a esta pergunta.
“Ora, acerca de comer alimentos oferecidos a ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há Deus senão um só. Pois, embora haja os que se chamem ‘deuses’, quer no céu, quer na terra, assim como há muitos ‘deuses’ e muitos ‘senhores’, para nós há realmente um só Deus, o Pai, de quem procedem todas as coisas, e nós para ele.” (1 Coríntios 8:4-6) Para Paulo e os cristãos do primeiro século, a verdadeira religião não significava a adoração de muitos deuses, não o politeísmo, mas sim a devoção a apenas “um só Deus, o Pai”, cujo nome a Bíblia revela, dizendo: “Para que as pessoas saibam que tu, cujo nome é Jeová, somente tu és o Altíssimo sobre toda a terra.” — Salmo 83:18.
Mas, deve-se notar que, embora o apóstolo Paulo dissesse que “o ídolo nada é”, ele não disse que os “deuses” e “senhores”, aos quais as pessoas recorriam com a sua magia, adivinhação e sacrifícios, não existiam. Qual, então, é o ponto? Paulo esclareceu isso mais adiante na mesma carta, quando escreveu: “Mas digo que as coisas sacrificadas pelas nações, elas sacrificam a demônios, e não a Deus.” (1 Coríntios 10:20) Sim, através de seus deuses e senhores, as nações adoravam realmente os demônios — criaturas angélicas, ou espirituais, que rebelaram-se contra o Deus verdadeiro e uniram-se a seu líder, Satanás, o Diabo. — 2 Pedro 2:4; Judas 6; Revelação (Apocalipse) 12:7-9.
Não raro as pessoas compadecem-se dos chamados povos primitivos que eram escravizados por suas superstições e temores. Dizem que sentem repulsa aos sacrifícios sangrentos e rituais selvagens. E de direito. Todavia, ainda hoje se ouve falar de macumba, candomblé, vudu, cultos satânicos e até mesmo de sacrifícios humanos. Embora talvez sejam casos extremos, tais práticas não obstante demonstram que o interesse pelo ocultismo continua muito vivo. Pode começar como ‘diversão inocente’ e curiosidade, mas o resultado não raro é tragédia e morte. Quão sábio é acatar o aviso da Bíblia: “Mantende os vossos sentidos, sede vigilantes. Vosso adversário, o Diabo, anda em volta como leão que ruge, procurando a quem devorar.” — 1 Pedro 5:8; Isaías 8:19, 20.
Arranjo: Jhero