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Quem eram os ‘filhos de Deus’ que geraram os nefilins?

Quem eram “os filhos do verdadeiro Deus” envolvidos nisso? Eram homens que adoravam a Jeová (diferentes da humanidade iníqua em geral), conforme alguns afirmam? Evidentemente que não. A Bíblia dá a entender que o casamento deles com as filhas dos homens resultou em atiçar a maldade na terra. Noé e seus três filhos, junto com as respectivas esposas, eram os únicos no favor de Deus e foram os únicos preservados através do Dilúvio. — Gên 6:9; 8:15, 16; 1Pe 3:20.

Portanto, se estes “filhos do verdadeiro Deus” eram apenas homens, surge a pergunta: Por que eram seus descendentes “homens de fama” mais do que aqueles dos iníquos, ou do fiel Noé? Também se poderia fazer a pergunta: Por que mencionar seu casamento com as filhas dos homens como algo especial? Casamentos e ter filhos já ocorriam por mais de 1.500 anos.

Portanto, os filhos de Deus, mencionados em Gênesis 6:2, devem ter sido anjos, espirituais “filhos de Deus”. Esta expressão é aplicada aos anjos em Jó 1:6; 38:7. Este conceito é apoiado por Pedro, que fala dos “espíritos em prisão, os quais outrora tinham sido desobedientes, quando a paciência de Deus esperava nos dias de Noé”. (1Pe 3:19, 20) Judas também escreve sobre “os anjos que não conservaram a sua posição original, mas abandonaram a sua própria moradia correta”. (Ju 6) Os anjos tinham o poder de se materializar em forma humana, e alguns anjos fizeram isso para trazer mensagens de Deus. (Gên 18:1, 2, 8, 20-22; 19:1-11; Jos 5:13-15) Mas o céu é a moradia correta das pessoas espirituais, e os anjos ali têm posições de serviço sob Jeová. (Da 7:9, 10) Abandonarem esta moradia para morar na terra e deixarem seu serviço designado para ter relações carnais equivalia a uma rebelião contra as leis de Deus, e era perversão.

A Bíblia declara que os anjos desobedientes são agora “espíritos em prisão”, tendo sido ‘lançados no Tártaro’ e ‘reservados com laços sempiternos, em profunda escuridão, para o julgamento do grande dia’. Isto parece indicar que se encontram grandemente restritos, incapazes de novamente se materializar assim como fizeram antes do Dilúvio. — 1Pe 3:19; 2Pe 2:4; Ju 6.

Crescente Iniqüidade. “Os poderosos da antiguidade, os homens de fama”, produzidos por estes casamentos, não eram homens de fama para Deus, pois não sobreviveram ao Dilúvio assim como Noé e sua família. Eram “nefilins”, rufiões, tiranos, os quais, sem dúvida, contribuíram para piorar as condições. Seus pais angélicos, conhecendo a constituição do corpo humano e podendo materializar-se, não estavam criando vida, mas viviam nestes corpos humanos, e, por coabitarem com mulheres, geraram filhos. Seus filhos, os “poderosos”, portanto, eram híbridos não autorizados. Pelo visto, os nefilins, por sua vez, não tiveram filhos.

Na Mitologia. A fama e o pavor gerado pelos nefilins, ao que parece, deu margem a muitas mitologias de povos pagãos que, após a confusão de línguas em Babel, foram espalhados por toda a terra. Embora as formas históricas do relato de Gênesis fossem muito distorcidas e floreadas, havia uma notável semelhança nestas antigas mitologias (as dos gregos sendo apenas um exemplo), em que deuses e deusas coabitaram com humanos para produzir heróis sobre-humanos e temíveis semideuses com características de deus-homem. — Veja GRÉCIA, GREGOS (Religião Grega).

Relatório Que Visava Aterrorizar. Os dez espias que trouxeram aos israelitas no ermo um relatório falso sobre a terra de Canaã declararam: “Todo o povo que vimos no meio dela são homens de tamanho extraordinário. E vimos ali os nefilins, os filhos de Anaque, que são dos nefilins; de modo que ficamos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos olhos deles.” Sem dúvida, havia alguns homens grandes em Canaã, conforme mostram outros textos bíblicos, mas nunca, exceto neste “relato mau”, cuidadosamente fraseado em linguagem destinada a aterrorizar e causar pânico entre os israelitas, são chamados de nefilins. — Núm 13:31-33; 14:36, 37.