A farsa que está por trás da Programação Neurolingüistica
O sucesso não ocorre por acaso. O que é sucesso? O que
é felicidade? O que é sorte? Por que algumas pessoas fazem sucesso na vida e
outras não? Como alcançar o sucesso? Qual o segredo das pessoas bem-sucedidas?
São perguntas como essa que a Programação Neurolingüistica – PNL, também
conhecida como Ciência do Sucesso, tenta responder; seduzindo milhares de
pessoas em todo o mundo, inclusive os cristãos evangélicos.
Segundo esse movimento, as técnicas ensinadas em seus
cursos possibilita o aluno a aumentar sua capacidade cerebral e alcançar que
realmente deseja na vida, ou seja, o sucesso. Dizem os seus mentores: “A vida
que você leva foi criada por você, então é sempre possível transformá-la para
melhor”, “O sucesso está em suas mãos”, “Há uma força especial dentro de você”,
“Aprenda a usá-la em seu benefício”, “Ouse fazer e o poder lhe será dado”. E
completam: “Você pode mudar sua vida. É simples, mas não é fácil, depende
apenas de você”.
Entre todos os ensinamentos da Programação Neurolingüistica
destacamos algo que nos parece central na discussão do tema. Segundo esse
movimento, a palavra CRISE, em chinês, tem dois significados: “perigo” e
“oportunidade”. É você quem escolhe qual significado adotará. Exemplificam:
“Quando você ouvir falar em crise, pense em tirar o S da palavra. Você terá a
poderosa palavra CRIE, do verbo criar, ser criador. Ou coloque um traço
vertical sobre o S, e logo você tem um cifrão Cri$e, traduzindo: “Crie
dinheiro”, “prosperidade”, “sucesso”, enfim...”
Com esta base de ensino, a Programação Neurolingüistica
tem-se destacado como o grande diferencial nos treinamentos de auto-ajuda
oferecidos nas escolas, acampamentos, universidades e em empresas.
Temas de impacto, mas, em princípio, inofensivos, como:
“melhore a sua memória”, “auto-estima”, “motivação”, “qualidade”,
“competitividade”, “leitura dinâmica”, “trabalho em equipe”, “superação”,
“sensibilização”, “desenvolvimento de empreendedores”, “aumente sua capacidade
de aprendizagem”, “adaptação a ambientes de constantes mudanças”, “superação a
situação de pressão”, “globalização”, “atendimento”, entre outros, ganham uma
nova conotação seguindo por um caminho totalmente diferente do convencional.
Compreendendo o assunto sistematicamente
Uma técnica utilizada por profissionais de auto-ajuda
que visa levar o individuo a confiar no poder de suas próprias palavras, como
fonte motivadora de transformação pessoal, adquirindo, assim, valores positivos
que determinarão o sucesso em todas as ares da vida: emocional, profissional,
financeira, etc. É assim que a Programação Neurolingüistica se define.
No Brasil, no campo da PNL, o dr. Lair Ribeiro é a
figura mais destacada. A filosofia subjacente a essa técnica é a de que o homem
é aquilo que ele pensa. Nisto está imbuída a idéia de auto-suficiência. A PNL
utiliza basicamente as técnicas de Visualização, Meditação, Intuição, Hipnose
ou regressão hipnótica e Confissão Positiva; todas essas “técnicas” são
utilizadas em conjunto.
1. VISUALIZAÇÃO – Visualização na Nova Era é o uso da concentração
mental e imagens dirigidas, as chamadas “directed imagery”, na tentativa de
alcançar determinados alvos físicos, mentais ou espirituais (ocultistas).
A pratica da visualização é antiga e afirma trabalhar
de várias formas. Por exemplo, usando a mente para entrar em contato com a
suposta divindade interior ou “eu superior”, os praticantes alegam que podem
manipular a sua realidade pessoal a fim de alcançar os alvos desejados, tais
como boa saúde e aquisição de riquezas.
A visualização é freqüentemente usada combinação com os
estados alterados de consciência ou como meio de se chegar aos mesmos, sendo
muitas vezes acompanhada de meditação ocultista. Ela foi, desde há muito,
associadas às religiões e práticas pagãs, como xamanismo e a meditação xamanista.
Ela também é muito utilizada para desenvolver habilidades psíquicas e na
canalização para entrar em contato com “conselheiros interiores” ou guias
espirituais.
O problema básico é que a visualização da Nova Era
atribui à mente humana uma condição divina ou quase divina. Isso não só
representa uma grande distorção da natureza humana como pode também camuflar a
manipulação da mente por espíritos, definindo o processo como um empreendimento
natural divino.
O uso da visualização na pratica da saúde pode levar a
influencias ocultistas e a problemas surgidos da negação da realidade por
excesso de confiança na mente “divina” da pessoa e seu suposto poder de cura ou
“sabedoria” da saúde. No campo da medicina (autodiagnóstico físico) e da
religião (revelação psíquica), o processo pode produzir a confiança em dados
falsos que resultam em danos físicos ou fraude espiritual. O cristão tem sua fé
bem fundamentada em Deus e, assim, pode não visualizar o futuro, mas se
apropriar dele com a segurança das promessas do Senhor (Hb 11.1).
2. MEDITAÇÃO – A meditação na Nova Era (oriental –
ocultista) é praticada por milhares de pessoas. Em países asiáticos como China,
Tibet, Índia, Tailândia etc. ela faz parte do cotidiano e envolve o controle
absoluto ou ajuste da mente com vários propósitos, físicos ou espirituais
(ocultistas).
Os promotores da meditação afirmam que a prática
resulta em inúmeros benefícios físicos. Mas, mesmo que isso seja verdade, os
riscos físicos e espirituais os superam. A meditação afirma trabalhar
“imobilizando” a mente ou influenciando-a de qualquer modo. Quem medita é
supostamente capaz de perceber a verdadeira realidade, sua verdadeira natureza,
e a alcançar a verdadeira iluminação espiritual. O dr. Daniel Coleman,
autoridade em meditação e escritor em vários livros, destaca a maioria das
formas de meditação praticadas hoje é ocultista, e que por mais diversos que
sejam os nomes, todos esses caminhos propõe a mesma formula básica numa
alquimia (transformação ocultista da natureza) do “eu”.
A meditação da Nova Era usa caracteristicamente a mente
de maneira anormal para reestruturar radicalmente as percepções do individuo,
levando-o a apoiar a filosofia e os alvos ocultistas. Estados de consciência
regressivos ou induzidos espiritualmente são interpretados de maneira errada
como estados de consciência “mais elevados” ou “divinos”.
Por exemplo, em muitas formas da pratica da meditação,
a possessão espiritual propriamente dita é interpretada como um tipo de
iluminação espiritual; além disso, os poderes desenvolvidos através da
meditação são falsamente interpretados como evidencia de uma natureza divina
latente. Quase todos que fazem meditação infelizmente mão compreendem os
resultados a longo prazo ou as conseqüências dessas práticas.
O fenômeno perigoso e crescente do despertar kundalini
mais notados são períodos de desordem mental severa, incapacidade intelectual,
sono profundo por vários dias e influencias demoníacas.
A filosofia subjacente, o propósito estabelecido, o
método físico e o contexto espiritual da meditação determinam seu trabalho. A
meditação bíblica nada tem a ver com esse conceito e é uma pratica espiritual
saudável, mas, repetimos, a maior parte da meditação praticada hoje envolve
métodos ocultistas que podem provocar conseqüências danosas irreversíveis. Entre
elas estão as influencias por espíritos e até possessão demoníaca, assim como
várias formas de danos físicos, psicológicos e espirituais que são cada vez
mais relatados na literatura cristã. “... antes tem seu prazer na lei do
Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1.2).
3. INTUIÇÃO – Intuição segundo a Nova Era é um disfarce
para os poderes psíquicos e ocultos. É freqüentemente pregada em conjunto com a
cura, a telepatia, a clarividência, o diagnóstico psíquico e o espiritismo
ocultista. A “intuição” é desenvolvida da mesma maneira que as habilidades
psíquicas (isto é, programas de treinamento envolvendo meditação, concentração,
estados alterados de consciência, etc.). Uma vez desenvolvida, a pessoa busca
suas habilidades intuitivas e confia na orientação e instrução para qualquer
cura ou outras tarefas que devam ser feitas.
O problema básico com a intuição da Nova Era é sua
premissa parapsicológica injustificada: a normalização dos poderes psíquicos
como “habilidades intuitivas” latentes a raça humana. Isso mascara sua
verdadeira sua realidade como habilidades sobrenaturais originárias do mundo
dos espíritos. As habilidades ocultistas e os poderes espirituais são,
portanto, internalizados psicologicamente como parte do “potencial humano” latente;
a intuição, por si só, como um processo humano normal, se torna uma capa para o
ocultismo, enquanto a guerra espiritual continua atrás dos bastidores. O ser
humano, em sua criação original, herdou de fato aspectos da natureza divina de
seu Criador (Gn 1.27; 2Pe 1.4), mas, com a queda, foi destituída dessa glória.
Jesus afirmou: “Eu sou a videira verdadeira; vós sois as varas. Quem permanece
em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podes fazer” (Jo
15.5).
Desse modo, distinguir entre os poderes psíquicos
ocultista e a intuição normal humana se torna difícil e até mesmo impossível.
De fato, é amedrontador saber que muitos espíritas confessam não conseguirem
distinguir a diferença de seu guia espiritual sobre sua mente e inspiração, ou criatividade,
humana normal.
4. HIPNÓSE – Hipnose ou Regressão Hipnótica é uma
condição deliberadamente induzida de sugestionalidade e transes acentuados,
produzindo um estado de consciência altamente flexível e capaz de ser
dramaticamente manipulado. O método é empregado por milhares de médicos e
psicoterapeutas.
Vestígios dessa pratica podem ser encontrados desde a
antiguidade e ela é associada com freqüência ao ocultismo. Os processos exatos
que fazem a hipnose funcionar são desconhecidos. Pesquisas cientificas foram
conduzidas para suprir grande volume de informação em relação ao transe
hipnótico e sua suscetibilidade; todavia, o que é a hipnose e com ela funciona
são pontos ainda largamente discutidos. Afirmações difundidas e freqüentemente
exageradas são feitas quanto a sua aplicação na medicina, na psicoterapia, na
educação e em muitos outros campos.
Alguns promotores de processos de auto-ajuda fazem
alegações sensacionalistas em relação ao uso de hipnose para tratar ou curar
uma infinidade de problemas físicos e pessoais – alergias, obesidade, câncer,
baixa auto-estima, tabagismo e culpa, entre outros. Eles afirmam que suas
possibilidades de aplicação na área de crescimento pessoal, potencial humano e
autotransformação são quase infinitas.
Como cristãos, acreditamos que a hipnose é um estado
singular de alteração da consciência que pode ser utilizado em uma grande
variedade de propósitos ocultistas, como desenvolvimento psíquico, contato com
espíritos, viagem astral, psicografia, regressão e terapia de vidas passadas
(reencarnação), entre muitos outros.
Nos parece também que a hipnose esta ligada à pratica
biblicamente do “feitiço” e/ou “encantamento”. Assim, ela é realmente proibida,
pois o cristão deve encher-se com o Espírito Santo, o que significa que ele não
deve permitir que a mente seja controlada, manipulada e abusada por parte do
hipnotizador, em especial o incrédulo. O propósito dos psicoterapeutas da Nova
Era, que empregam o que é chamado de terapia das “vidas passadas”, é enviar a
pessoa de “volta” à sua suposta vida ou vida anteriores, a fim de resolver
conflitos e traumas emocionais ou espirituais que estejam supostamente afetando
a sua saúde física, emocional ou espiritual no momento, permitindo a influencia
de demônios, “Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa
instruí-lo? Mas nós tem5. CONFISSÃO POSITIVA – Esta expressão chamada de
confissão positiva tem como significado literal “trazer a existência o que
declaramos com nossa boca”. A confissão positiva coloca todo o peso da
realização nas palavras pronunciadas e na atitude mental rigorosamente mantida.
Mais profundamente, a confissão positiva busca
exteriorizar aquilo que foi projetado e reforçado na mente da pessoa através de
todo trabalho de visualização, meditação, intuição e hipnose, ou seja, suas
palavras irão confirmar todo processo de programação para o sucesso (PNL).
Através da confissão positiva, a pessoa tornar-se-á a criadora de seu próprio
mundo, com prosperidade nos negócios e saúde para família.
Neste caso, a confissão positiva confirma os
ensinamentos da Nova Era que declara que o homem é um deus, possuindo,
portanto, a capacidade de criar a sua própria felicidade. Esse conceito foi
amplamente refutado ou adotado por lideranças evangélicas em todo mundo. Hoje,
esse movimento está confinado a pequenos redutos denominacionais, pois no
Brasil, em particular, não é tão simples assim exercitar a “teologia do sucesso
ilimitado”, e mesmo nos países desenvolvidos essa teoria tem-se desgastado.
Biblicamente, entendemos que Deus é totalmente distinto
do homem (vice-versa), e que sua glória não é repartida. O ser humano é o mais
sublime das criações de Deus, dotado de valores herdados de seu Criador, mas
nunca absoluto em si mesmo “... que é o homem, para que te lembres dele? E o
filho do homem para que o visites? Contudo, pouco abaixo de Deus o fizeste; de
glórias e de honra o coroaste” (Sl 8.4-5). O apóstolo Paulo escreveu aos
romanos sobre a independência e soberania de Deus da seguinte maneira: “...
Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de
quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem
do que corre, mas de Deus, que usa de misericórdia” (Rm 9.15,16), logo, não é o
homem que determina nada para si baseado nos desejos de seu coração, mas o
Senhor, que realizará todas as coisas de acordo com a sua vontade.
Confronto com as sagradas escrituras
Como vimos a PNL busca substituir padrões considerados
de “insucesso” por novos padrões de “sucesso” alicerçados no homem. Em suas
etapas de programação, falamos da deletação, quando as pessoas programam suas
mentes para apagar conhecimentos adquiridos, eliminar experiências vividas e
exterminar comportamentos sedimentados ao longo da vida. Uma verdadeira lavagem
cerebral. Ou seja, um esvaziamento da alma do aluno.
O que a Bíblia fala sobre o perigo de uma casa vazia?
(Lc 11.24-26)
“Ora, havido o espírito imundo saído do homem, anda por
lugares áridos, buscando repouso; e não o encontrando, diz: Voltarei para minha
casa, donde saí. E chegando acha-a varrida e adornada. Então vai e leva consigo
outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o ultimo
estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro”.
Podemos afirmar que é possível uma pessoa, após passar
por um programa como o PNL, sofrer forte possessão demoníaca e diversos tipos
de perturbações metais e até físicas.
A questão da PNL da “deletação” e na “inclusão” de
novos valores na mente da pessoa é feita dentro de um processo de assimilação
dos seus princípios de resistência. Através da utilização do relaxamento e da
visualização, tal pessoa é conduzida ao estado chamado Alfa. Neste estado, por
meio de técnicas de relaxamento ou meditação, a pessoa perde o senso critico,
retendo automaticamente todas as informações recebidas como verdadeiras, quer
sejam boas ou más. A Bíblia fala que é o Espírito Santo quem deve convencer o
homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Ou seja, o trabalhar de Deus
é por convencimento, o Espírito Santo, através da palavra de Deus, irá
persuadir, apresentar razões, mostrar fatos que possibilitem a pessoa
confrontá-los com sua vida e, então, se arrepender. Conversão é literalmente
mudar de comportamento.
Deus respeita a opinião do homem e leva-o a mudar de
comportamento apresentando-lhe a verdade do evangelho. O homem, quando se
decide por Cristo, o faz racionalmente no exercício da fé, e essa declaração é
feita em pleno estado de consciência, na PNL qualquer decisão tomada pelo homem
é conseqüência de uma lavagem cerebral, por meio da qual ele perde sua
capacidade de pensar, de argumentar e de questionar. Lendo Isaias 1.18: “Vinde
então, e argüi-me (questionar, interrogar), diz o SENHOR...” (explicação
nossa), entendemos que o cristianismo é uma religião de consciência, razão e
fé. Ninguém precisa entrar em transe para crer em Cristo.
A Bíblia nos fala ainda que devemos resistir ao diabo
(Tg 4.7). Como então aceitaremos um posicionamento de mente no qual a nossa
resistência é totalmente eliminada? “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo,
vosso adversário, anda em derredor, buscando quem possa tragar” (um Pe 5.8).
Com tantas evidências de ocultismo e praticas de magia e feitiçaria presentes
na PNL, como poderemos ficar desarmados, despreocupados e sem a lucidez necessária
para discernir o que esta ocorrendo em nosso derredor? (Veja Hb 5.14).
Não podemos baixar nossa guarda e ficar a mercê do
diabo. Antes, devemos nos revestir de toda armadura de Deus (Ef 6.10), através
da palavra de Deus, porque o diabo, de maneira astuta, cria verdadeiras
arapucas para o homem incauto. “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se
transfigura em anjos de luz”. (dois Co 11.14).
O engano do homem que se vê como seu próprio centro (Jr
17.9)
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e
perversos; quem o conhecerá?”.
Em sua inclusão de novos padrões, a PNL destaca a tese
de que o homem deve seguir seu coração. Nos cursos, a pessoa em meditação
consigo mesma busca dentro de si respostas para sua vida e planeja, ou melhor,
programa seu futuro através das respostas encontradas em seu coração. Como
podemos seguir o nosso coração se ele é mais enganoso do que todas as coisas?
Segui-lo nos trará como conseqüência a destruição. Ainda em Mateus 15.19
podemos ler: “Porque do coração procedem os maus pensamentos”.
Mas, como cristãos, devemos nos preparar “Para que não
sejamos vencidos por Satanás, porque não ignoramos os seus ardis” (2 Co
2.10-11).
A questão do sucesso da PNL é semelhante a Teologia da
prosperidade que circulou pelos meandros evangélicos há alguns anos. A questão
da programação está baseada na regressão, ou cura interior, e a confissão
positiva, no determinismo. Dessa forma, a fé tem sido usada na direção do
“ter”, e não mais do “ser” ou “viver”, como foi com os heróis da fé. A Bíblia
relata que “... o justo viverá pela fé” (Hb 10.38). Enquanto os propagadores da
prosperidade estimulam a fé alicerçada na própria fé, o Senhor Jesus recomenda
fé em Deus: “E Jesus, respondendo disse-lhes: Tendes fé em Deus...” (Mc 11.22).
Para aqueles que tem um ensinamento contrário a esse, a Bíblia tem um adjetivo
para eles: “Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das
ovelhas” (Jo 10.13 – grifo do autor).
O depoimento que você lerá agora é verídico. O irmão
que viveu esta terrível experiência preferiu omitir o seu nome para evitar
qualquer complicação.
“Fiz um treinamento de Neurolingüistica em 2000 pago
pela empresa em que trabalho e estimulado por um gerente de vendas. Posso dizer
que minha vida foi separada entre o “antes” e o “depois” desse curso, pois não
tive discernimento para entender a sensação de “liberdade” e de poder ‘fazer
tudo’ que o treinamento ensinava.
O treinamento teve inicio na sexta-feira à noite e se
estendeu até domingo, também à noite. Realizado no auditório de um hotel, o
evento contou com a participação aproximadamente de 500 pessoas, entre as 150
que iriam fazer o treinamento pela primeira vez, as demais já haviam feito e os
convidados: parentes, amigos e/ou conhecidos. Ao chegar lá, senti um clima de
festa, de alegria, de felicidade. Todos se abraçavam muito e, ao se
cumprimentarem, batiam a mão direita por cima da cabeça ( um gesto da Nova Era
). Achei aquilo muito bom, bem melhor do que na igreja que freqüentava.
Ao entrarmos no auditório ( impreterivelmente às 20h59
), depois no jantar no hotel, as pessoas que haviam nos levado ao curso já
estavam presentes, nos esperando para nos receber. Elas cantavam, pulavam
alegres e gritavam: “... um, dois, três e quatro... nós amamos vocês quatro”.
Começamos o treinamento com muita expectativa. O ambiente era bastante
descontraído.
Em seguida, o consultor começou a passar algumas regras
que deveriam ser obedecidas até o final do curso. Uma delas era sentar sempre
ao de desconhecidos. Com isso, já estavam nos ensinando a ser mais atirados com
as pessoas. Outra regra era não discordar de nada que os palestrantes iriam
falar. É claro que, num primeiro momento, você discorda, mas, com o passar do
tempo, à medida que eles iam transmitindo simpatia, carisma e alegria, comecei
a achar que minha vida estava toda errada.
Após esse primeiro contato, depois de haver passado as
regras, começamos com uma terapia chamada: feed back negativo, quando fazíamos
uma roda e as pessoas gritavam xingando umas as outras de “mentirosas”,
“covardes”, “prepotentes”, “falsas”, “desonestas”, entre outras coisas que não
convém citar aqui. Colocavam uma música muito fúnebre e alta. As pessoas não
resistiam e muitas delas choravam e gritavam. Pensei estar na grande
tribulação, pois fiquei muito assustado com aquilo.
Depois disso, fomos aprender a abraçar. Uma pessoa
ficava na frente da outra e a abraçava bem forte. Fizemos isso durante um bom
tempo. Aproximadamente 1h30, nos ensinaram uma filosofia intitulada FILOSOFIA
DO SUCESSO NAPOLEON HILL que tivemos de decorar para recitá-la na manhã
seguinte, às 8 horas, depois do café.
Fiquei a noite inteira tentando decorar a filosofia.
Por esse motivo, assim como cerca de 90% dos participantes, dormi muito pouco
(30min) no primeiro dia. Apenas cinco ou seis pessoas conseguiram recitá-la.
Para os que não decoraram o texto, o castigo foi formar uma fila fora do
auditório até memorizarem. Enquanto tentávamos, desesperados, decorar a poesia,
o monitor ficava vendendo caixões de defunto de vários tamanhos e preços. A
lição, segundo ele, era para que não sofrêssemos, antecipadamente, com as
coisas da vida.
Ao entrarmos no auditório novamente, nos perguntávamos
se queríamos fazer parte de uma nova família chamada “Família Silva”. Algumas
pessoas responderam que não, mas a palavra ‘não’ não era aceita pelos
instrutores e membros. Em razão disso, eles ficavam insistindo com a pergunta
até a pessoa dizer que SIM. Depois disso, iam para outro participante.
No sábado a tarde, cada um de nós foi induzido a sentar
perto de uma pessoa desconhecida e a contar para ela algum trauma de infância.
Tudo era feito ao som alto de uma música fúnebre. As pessoas choraram muito
enquanto contavam suas tristezas e sofrimentos vividos na infância devido aos
maus tratos dos pais. Após esses períodos, seria realizado, às 19 horas, um
bailão, e todos deveriam comparecer a caráter. Dançamos todos os tipos de
musica com todos, não importava se éramos casados, noivos, ou namorados,
ninguém era de ninguém. Mas os monitores não deixavam ninguém ir além da dança,
para não denegrir a imagem do curso.
Depois do baile houve uma coisa terrível. Todos os
homens tiveram de se vestir de mulher, se maquiar, colocar peruca, meia-calça,
e depois desfilar para todas as mulheres presentes. O objetivo dessa ‘terapia’
era eliminar todo e qualquer preconceito. Depois da apresentação dos homens,
foi a vez das mulheres. Elas se fantasiaram com objetos eróticos sem qualquer
pudor. A nossa mente, naquele momento do curso, já estava aberta. Chegamos ao
estado Alfa. Tudo o que nos diziam era facilmente inculcado.
No domingo à tarde fizemos uma regressão até o útero
materno. Pensando realmente ter chegado lá, éramos obrigados a perdoar nossos
pais por algum trauma de infância que eles nos causaram. Aqueles que não
quiseram perdoar passavam novamente pelo mesmo processo. Éramos obrigados a
similar um vômito para representar que estávamos colocando de tudo de ruim pra
fora. No final fomos tratados como crianças, para que nos sentíssemos abertos
para tudo que pudéssemos aprender. Assim como eu, muitos perderam totalmente o
senso crítico. Passei a mexer com as mulheres. Para mim não a menor diferença
em ser casado ou não, em ser crente ou não. Estava em um processo de euforia muito
grande, pois, segundo eles, eu era uma criança de quatro anos.
A partir dessa fase passamos a ser ensinados em todas
as coisas novamente. Assim como uma criança, fomos aprendendo todas as coisas
até a fase adulta, quando então a ênfase positiva se voltou para nossa carreira
profissional. Ouvíamos mensagens do tipo: ‘agora tudo poderá ser alcançado por
seus próprios esforços!’; ‘você não precisa mais de ninguém!’; ‘você é
auto-suficiente!’; ‘o céu é o seu limite!’; ‘somente os melhores poderão ser
aproveitados!’; ‘estamos em uma Nova Era!’. Estávamos recebendo um tipo de
doutrina na qual o centro da vida é próprio homem, e Deus um figurante
coadjuvante, perfeitamente dispensável.
Saí do curso totalmente transformado, orientando-me
apenas por esses conceitos. Meus conhecimentos bíblicos, aprendidos na Escola
Dominical e nos cultos, desde a infância, já nem mesmo eram lembrados. Pedi
então demissão da empresa que trabalhava, pois achava que poderia encontrar
algo melhor. Separei-me da minha esposa, ficava, sem nenhum remorso, sem ver
minha filha de dois anos por até quinze dias e achava que estava ótimo. Mudei
meu estilo de roupa, meu penteado, vocabulário e achava que estava mais bonito,
que realmente tinha melhorado.
Mas toda essa mascara, essa camuflagem diabólica
começaram a cair, arruinando minha vida emocional, profissional e familiar.
Sentia forte depressão (leia-se opressão) e os conflitos espirituais quase me
deixaram louco. Meus amigos da igreja perceberam que eu estava desequilibrado e
desorientado. Comecei a perder clientes importantes e já não conseguia saldar
minhas dívidas, sofrendo vários protestos e inclusão nos órgãos de proteção ao
consumidor (SPC e Serasa). Foi uma desgraça total!
Até que, não suportando mais esse quadro, o Espírito
Santo de Deus, por sua infinita misericórdia, fez-me lembrar do Senhor Jesus.
Então orei para que o Senhor me ajudasse a renunciar à obra do diabo na minha
vida e a todos os ensinamentos aprendidos no curso de Programação
Neurolingüistica (PNL). O Senhor Jesus me entender claramente como todos
aqueles conceitos antibíblicos e contrários ao plano de Deus para o homem.
Recorrendo novamente ao poder do sangue de Jesus para
perdão dos pecados, e auxiliado por irmãos valorosos de grupos de oração, fui
totalmente restaurado. Todas as áreas da minha vida antes afetadas por essas
heresias foram estabelecidas pelo Senhor Jesus. Estou novamente com minha
esposa e minha filha. O Senhor me devolveu meu anterior e meus antigos
clientes. E agora estou conseguindo honrar com todos os meus compromissos
financeiros. E devo isso a Deus.”
Glossário de alguns termos da PNL
Acompanhar – Adotar partes de comportamento de outra
pessoa para aumentar o rapport. Obter e manter rapport com outra pessoa,
entrando no seu modelo de mundo. É possível acompanhar crenças, idéias e
comportamentos.
Acuidade sensorial – Produto de um processo de
refinamento e diferenciação das informações sensoriais que obtemos do mundo.
Ancoragem – O processo pelo qual qualquer estimulo ou
representação (externa ou interna) fica conectado a uma reação e a dispara. As
ancoras podem ocorrer naturalmente ou ser criadas intencionalmente.
Associar – Dentro de uma experiência, enxergar através
dos próprios olhos, de plena posse de todo os seus sentidos.
Calibração – Perceber atentamente o estado de outra
pessoa, lendo os sinais não-verbais.
Campo unificado – Estrutura unificadora da PNL. Uma
matriz tridimensional de níveis neurológicos, posições perceptivas e tempo.
Sinestésico – Relativo aos sentidos, ao aparato
sensorial, que inclui sensações táteis, sensações internas (como, por exemplo,
as sensações lembradas e as emoções) e o senso de equilíbrio.
Dissociado – Que não está dentro de uma experiência,
que observa ou ouve de fora.
Down-Time – Ter todos os canais sensoriais voltados ao
nosso interior.
Espelhar – Copiar de maneira precisa segmentos do
comportamento de outra pessoa.
Evocar – Entrar em contato com um estado mental através
do comportamento. Também significa coleta de informação, seja pela observação
direta de sinais não-verbais ou de perguntas do meta-modelo.
Exteriorização – Estado na qual a atenção e os sentidos
estão voltados para fora.
Identidade – A auto-imagem ou autoconceito. Quem a
pessoa acha que é. A totalidade do ser.
Incongruência – Estado de conflito em que não se está
totalmente empenhado no objetivo. O conflito interno será expresso no
comportamento da pessoa.
Interiorização – Estado leve de transe em que a atenção
se volta para dentro, para os próprios pensamentos e sensações.
Lados – Aspectos da personalidade que às vezes possuem
intenções conflitantes.
Linha temporal – A forma como armazenamos imagens, sons
e sentimentos do nosso passado, presente e futuro.
Meta – Radical que define o que existe em um nível
lógico diferente. Derivado do grego, significa “para além”.
Metáfora – Comunicação indireta que utiliza uma
história ou uma figura de linguagem e implica uma comparação. Na PNL, a
metáfora engloba parábolas, alegorias e similaridades.
Nominalização – Termo lingüístico que indica o processo
de transformar um verbo em substantivo abstrato.
Omissão – No discurso ou no pensamento, exclusão de uma
parte da experiência.
Orientar – Modificar o próprio comportamento e
estabelecer rapport, para que outra pessoa o siga.
Pistas de acesso – Maneiras como sintonizamos e
afinamos nosso corpo através da respiração, postura, gestos e movimentos
oculares, para pensar de determinado modo.
Postulado de conversação – Forma hipnótica de
linguagem, uma pergunta que é interpretada como uma ordem.
Quantificadores universais – Termo lingüístico que se
aplica a palavras como: “todos” e “sempre”, que não admitem exceções. Uma das
categorias do meta-modelo.
Rapport – Relação de mútua confiança e compreensão
entre duas ou mais pessoas. A capacidade de provocar reações de outra pessoa.
Também chamado de empatia.
Sort – Um termo de computação que significa reorganizar
a informação e/ou filtrá-la durante o processo de reorganização.
Terceira posição – Aquele em que se percebe o mundo do
ponto de vista de um observador distante e indulgente. Uma das três posições
perceptivas.
Transe – Estado alterado de consciência em que a
atenção se volta para dentro e se concentra em poucos estímulos.
Visualização – O processo de ver imagens mentais.
Fonte: Revista Defesa da Fé
Autor : Matéria extraída de uma ou mais obras
literárias.