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Álcool é a pior droga e é legalizada, alem disso traz doenças as vezes irreversíveis

a pior droga e legalizada, alem disso traz doenças as vezes irreversíveis
Nota: O melhor e não beber, pois o vicio do álcool e progressivo e muitos poucos conseguem larga-lo por vários motivos.
  Para alguns, o álcool é veneno puro. Para outros, remédio. A solução é encontrar a quantia exata que vai servir a você. E nunca passar do limite.
  Consumido sem cuidados, o álcool provoca reações inesperadas. Você já reparou que nas festas tem sempre alguém que bebe uma cerveja e dá vexame, enquanto outro entorna uma garrafa de vinho e fica só um pouco mais alegre? É difícil acreditar, mas apenas agora a ciência começa a entender como e por que a droga mais antiga da civilização suscita efeitos tão diferentes nos seres humanos.
São duas possíveis respostas. 

A primeira é genética. 

O psiquiatra Marc Schuckit, da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos, conduz uma pesquisa a respeito desde 1978. Ela mostra que os filhos de alcoólatras são os mais fortes candidatos ao alcoolismo. Mas a herança não pára por aí. 

Eles são também os que toleram melhor a bebida. "Só 5% dos descendentes de não-alcoólatras têm alta resistência ao álcool", disse Schuckit à SUPER. "Já quando um dos pais é alcoólatra, o número de resistentes sobe para 40%." Isso significa que não só a tendência ao vício, mas o tipo de reação ao álcool, pode estar inscrita no DNA. 

A segunda descoberta 

é bioquímica. Experiências com camundongos demonstraram que os bichos com maior ou menor quantidade de certas moléculas (batizadas de NPY e PKC-épislon) no organismo tendem a ingerir menos álcool.

Os novos conhecimentos abrem o caminho para que cada um descubra qual a quantidade de álcool adequada para si. Várias pesquisas sugerem que, na medida certa, a bebida pode fazer bem. 

"O uso moderado do álcool traz uma série de benefícios físicos e psicossociais", afirma Archie Brodsky, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. 

"O álcool é o que se chama de lubrificante social ideal", explicou à SUPER a psicobióloga Ana Regina Noto, do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Sob seu efeito, os indivíduos interagem com os outros de uma forma gostosa, melhorando a qualidade da relação", acrescenta a pesquisadora. 

Estudos realizados em mais de vinte países indicam que uma dose diária  para mulheres e duas para homens diminuem os riscos de doenças do coração. 

A ciência leva em conta ainda outros fatores positivos no consumo moderado, como a redução do estresse e a melhora do humor, segundo Brodsky. "Como a Medicina passou a incluir a qualidade de vida nos condicionantes da saúde, o álcool deixou de ser tão malvisto", diz ele. A sabedoria está em separar a porção que alivia daquela que envenena.


Gosto não se discute. Herda-se

Se você fica tonto só de cheirar um copo com bebida alcoólica, alegre-se. A ciência mostra que gente capaz de tomar todas e estar inteira no dia seguinte é justamente a que corre mais risco de se tornar dependente. E não é só isso. Descobriu-se também que os mais resistentes costumam ser filhos de alcoólatras. Essas conclusões fazem parte de um estudo superdetalhado do psiquiatra americano Marc Schuckit, da Universidade da Califórnia.

De acordo com estatísticas do governo americano, cerca de 8% da população dos Estados Unidos é vítima do alcoolismo. Entre filhos de alcoólatras, o número sobe para 40%. Quando pai e mãe são dependentes, a porcentagem é ainda mais assustadora: 60%. Segundo o psiquiatra, isso acontece mesmo quando o filho é criado por outra família, longe dos pais biológicos. Esse é um forte indicador de que a propensão ao alcoolismo é genética.

Foram esses dados que levaram Schuckit a testar como os filhos de alcoólatras seguravam a onda na hora de beber. Em 1978, ele conseguiu juntar dois grupos de homens. O primeiro alvo do estudo era formado por descendentes de dependentes. Eles tinham cerca de 20 anos e bebiam apenas socialmente. O segundo grupo era idêntico ao primeiro, exceto por um detalhe: ninguém tinha pai ou mãe alcoólatra. No total, nada menos que 453 pessoas.

Schuckit convidou a turma toda para tomar uns drinques (no máximo cinco doses), sob rigoroso acompanhamento científico. Não deu outra: 40% dos filhos de alcoólatras quase não sofriam os efeitos que atingem um indivíduo médio depois de cinco latas de cerveja. Conforme o esperado, a mesma resistência só apareceu em 5% dos filhos de não-alcoólatras. Dez anos depois, uma equipe de pesquisadores conseguiu localizar todo mundo outra vez. Só três homens não quiseram mais participar da pesquisa. Depois de entrevistas exaustivas, os dados finais confirmaram as suspeitas de Schuckit. Os maiores índices de alcoolismo estavam justamente entre o pessoal que, uma década antes, bebia, bebia e não sentia quase nada.

Resumo da ópera: quem, além de ser filho de alcoólatra, resiste bem à bebida está sob alto risco de alcoolismo. Atualmente, Schuckit está fazendo novo contato com os mesmos entrevistados (quatro morreram). "Entre outras coisas, vamos pesquisar os filhos deles para acompanhar a evolução da próxima geração", explicou o cientista à SUPER.

A influência do ambiente

Schuckit espera que pesquisas como a dele sirvam para tratamento. "Descobrir genes ligados ao alcoolismo poderá ajudar a explicar uma série de reações químicas que acontecem no organismo de dependentes, abrindo caminhos para a descoberta de novos remédios", diz ele. "E, se estudarmos aqueles que não se tornaram viciados, mesmo que filhos de alcoólatras e resistentes à bebida, poderemos aproveitar a experiência deles para criar novos métodos de prevenção."

Não é de hoje, porém, que a ciência conhece relações entre o álcool e a genética. "De um modo geral, os orientais não se dão bem com a bebida", explica Ana Regina, do Cebrid. Segundo a pesquisadora, eles têm uma deficiência de aldeído desidrogenase, uma enzima que dificulta a eliminação de acetaldeído, um derivado da metabolização do álcool.

A falta da enzima provoca o chamado blushing, isto é, uma vermelhidão no rosto, além de náuseas. Nada disso, no entanto, significa que não haja bebedeiras entre os orientais, mas é um forte indício do peso da genética na reação ao álcool.

Os cientistas ainda guardam uma certa cautela. "A baixa resposta ao álcool é um fator muito importante, mas é um entre vários", ressalva Schuckit. Embora seu estudo possa levar à descoberta de um gene envolvido no alcoolismo, ele lembra que o ambiente também desempenha um papel importantíssimo. Ana Regina concorda. "Um filho que cresce vendo o pai ou a mãe bebendo de modo exagerado tende a encarar isso como algo natural", diz ela. "A educação é fundamental."

A irresistível atração bioquímica

Assim como o uísque, os maus bebedores se conhecem no dia seguinte. Além da dor de cabeça, eles costumam ser acometidos, ao acordar, pelo remorso de não terem conseguido parar na hora certa. A ciência, porém, tem fortes motivos para suspeitar de que a culpa não seja só deles. Por trás da irresistível atração por continuar bebendo podem estar duas substâncias produzidas pelo corpo humano e sobre as quais a razão não exerce controle: o NPY e o PKC-épsilon. Trabalhos recentes mostram que ambas devem estar relacionadas ao álcool.

O NPY é um neuropeptídeo, ou seja, uma molécula, parecida com uma proteína, que atua no sistema nervoso. O psicólogo Todd Thiele, da Universidade de Washington, em Seattle, Estados Unidos, decidiu procurar relações entre o NPY e a quantidade de álcool ingerida por camundongos. Encontrou. Thiele contou à SUPER que a sua equipe desenvolveu animais alterados geneticamente para produzir NPY em excesso. 

Os bichos modificados acabaram consumindo bem menos álcool do que os normais. Os cientistas também fizeram o oposto: criaram camundongos sem NPY. Eles consumiram duas vezes mais álcool do que os normais. Embora tomassem todas, recuperavam-se rapidamente e demostravam menos sinais de estarem bêbados, já prontos para mais uma rodada. 

Era como se fossem alcoólatras.

"O NPY dos camundongos é muito parecido com o dos seres humanos", afirma Thiele. Por isso ele acha viável o desenvolvimento de remédios que aumentem o nível de NPY no corpo, levando a um controle do uso de álcool. "Meu objetivo final é dar a quem bebe demais um mecanismo de controle", diz o psicólogo. A pesquisa com o PKC-épsilon, substância também associada à ansiedade, chegou a conclusões semelhantes. 

O farmacologista Clyde Hodge, da Universidade da Califórnia em San Francisco, nos Estados Unidos, conseguiu estabelecer uma relação entre a enzima e o consumo de álcool. Sua equipe criou camundongos sem o PKC-épsilon que usavam álcool até um certo ponto e depois perdiam completamente o interesse. Era como se quisessem dizer: "Para mim chega".

Clyde ressalta que os experimentos ainda estão em fase inicial. Mas acredita que em alguns anos pode haver remédios para controlar o nível da substância em seres humanos. Isso tornaria viável criar uma pílula que o sujeito toma, depois bebe um pouquinho de álcool e logo não quer mais. "Se conseguirmos decifrar os mecanismos neurobiológicos dessas moléculas, poderemos pensar em remédios que mantenham o uso da bebida sob controle", disse Clyde à SUPER.

A droga mais velha da humanidade

O álcool não é privilégio de nenhum povo sobre a Terra. Ao contrário, é considerado a única droga comum a todas as civilizações. A fabricação de vinho de uva começou provavelmente no período Neolítico, 8 500 anos antes de Cristo. 

Nas montanhas Zagros, no norte do Irã, uma equipe do Centro de Arqueologia Química da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, encontrou um jarro de 7 000 anos com capacidade para 9 litros de vinho.

Mais tarde, houve no delta do Rio Nilo uma pujante indústria vinícola, por volta de 2700 a.C. Beber vinho era um hábito tão comum que vários faraós foram enterrados com jarros, provavelmente na crença de que poderiam continuar tomando umas e outras depois da morte. 

A cerveja é um pouco mais recente. Aparece uns 1 500 anos antes de Cristo. Com um microscópio eletrônico, arqueólogos da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, descobriram que os egípcios usavam malte para produzir açúcar usado na fermentação. Em outras palavras: conheciam técnicas de cervejaria. 

Os egípcios obtinham seu malte a partir de cevada. Só que em vez de adicionar lúpulo, como se faz hoje, eles acrescentavam um tipo raro de trigo. Ao repetir a receita, os pesquisadores descobriram uma boa cerveja. Sem o amargo do lúpulo, a mistura ganhava um sabor doce e frutado. Era dourada, mas menos transparente que as atuais.

Vieram depois os destilados, que são mais fortes. Curiosamente, a técnica não foi desenvolvida para fazer bebidas. Proibidos de beber pelo islamismo, os árabes foram os primeiros a produzir álcool destilado para fabricar perfumes. Os europeus aprenderam com eles e no século XI já há registro de aguardentes na Itália.

Talvez nunca se saiba com certeza quando o homem começou a beber. Já no Gênese, o vinho aparece nas mãos de Noé. A novidade está em que, com os novos conhecimentos, a humanidade poderá começar a beber melhor. Em lugar de ser dominada por efeitos indesejáveis e imprevisíveis, terá a chance de usar o álcool na justa e moderadíssima proporção em que ele ajuda a viver melhor. Para isso, cada um precisará encontrar a dose certa e ficar nela.

De copo em copo

Esta seqüência, que termina na página 33, mostra os efeitos da bebida em um homem com resistência média, dose a dose.

Eles e elas

Em geral, os homens são mais resistentes à bebida do que as mulheres porque têm mais água no corpo, o que ajuda a diluir o álcool. Além disso, produzem em maior quantidade uma enzima que quebra as suas moléculas

Alegria, alegria

Com 1 ou 2 doses, a inibição vai desaparecendo. Acontece uma mudança sutil de estado de espírito: aquele problema aparentemente insolúvel já não parece tão terrível assim. Fica-se auto confiante.

Pé no breque

Depois de 3 doses, diminui a coordenação motora do indivíduo, que chega a derrubar o copo. A essa altura, ele também perde um pouco da capacidade de julgamento — isto é, de distinguir o certo do errado.

Fora-da-lei

Pela lei brasileira, quem tomou 3 doses, em média, não pode mais dirigir. O máximo permitido é 0,6 grama de álcool por litro de sangue. Isso equivale a cerca de duas doses de uísque.

Tarde demais

O papo que estava bom após o primeiro copo fica difícil após 4 doses. Isso acontece porque o cérebro tem dificuldade para funcionar. Essa quantia afronta não só o raciocínio como também as restrições sociais. É quando o tímido consegue passar cantadas impensáveis quando está sóbrio.

Sinal vermelho

A hora de parar já passou. Com 5 ou 6 doses, o álcool provoca danos à capacidade psicomotora. Andar torna-se uma tarefa difícil e penosa. As emoções ficam exageradas: chora-se por uma bobagem ou morre-se de rir com uma piada sem graça.

Zuzu mal

Com 7 a 8 doses, o indivíduo chega a fazer força para conversar direito, mas a fala sai arrastada. Para piorar, a vista fica embaçada. A coordenação motora e a capacidade de raciocínio são profundamente prejudicadas.

Vezes dois

Quem consegue chegar a 9 ou 10 doses passa a ver tudo dobrado. De pé, lembra um bebê que está aprendendo a andar. Tarefas simples como amarrar os sapatos ou assinar o cheque da conta é praticamente impossível. Perigo de explosões emocionais, como chamar um brutamontes para uma briga.

Sem censura

A partir de 11 doses, ocorre a perda total das inibições. É quando o bêbado fica "folgado". Em alguns casos, ele não entende o que se passa à sua volta.

Risco de morte

Se passar de 15 doses, pode entrar em estado de choque. Com mais de 25, a parte do cérebro responsável pela respiração ameaça falhar. Perigo de morte.

Chope
Concentração alcoólica: 8 graus
2 copos = 400 ml

Vinho
Concentração alcoólica: 11 graus
2 taças = 200 ml

Uísque
Concentração alcoólica: 43 graus
1 dose = 40 ml

Na História das civilizações, o álcool é valorizado. A palavra uísque vem do idioma gálico, no qual quer dizer água da vida.

O jovem brasileiro anda bebendo demais. Um levantamento feito pelo Cebrid em dez capitais brasileiras com estudantes de primeiro e segundo graus indica isso. "A pesquisa aponta um aumento no consumo pesado, ou seja, cresceu o número de entrevistados que bebem mais de vinte vezes por mês", diz o psicobiólogo Ricardo Tabach. "Isso é preocupante", acrescenta. Segundo a pesquisadora Ana Regina Noto, também do Cebrid, a família não ajuda muito. "Um em cada três brasileiros prova álcool pela primeira vez na própria casa, quase sempre oferecido pelos pais", informa. Segundo ela, os refrigerantes foram praticamente abolidos nas festinhas de jovens.

A cerveja rola solta e até alguns porres são tratados com a anuência e a condescendência dos pais, como se fossem algo normal.

Não são. "Isso acontece porque a sociedade não considera o álcool uma droga", diz ela. Outro problema é que se costuma achar que na juventude tudo é episódico e passageiro. Quando se trata de bebida, ocorre o contrário. 

Se um adulto leva de dez a quinze anos para se tornar um alcoólatra, um adolescente precisa apenas de seis meses a três anos para incorporar o vício. Além disso, o uso abusivo do álcool provoca problemas sociais. Segundo a pesquisa do Cebrid, o álcool está no sangue de sete em cada dez brasileiros mortos violentamente — de acidentes de carro a assassinatos.

Esses problemas são agravados pelo fato de a legislação ser pouco respeitada. Poucas coisas são tão fáceis de comprar no Brasil quanto álcool. Embora a venda seja proibida para menores de 18 anos, ninguém obedece à lei. A mesma pesquisa mostra que não chega a 1% o número de adolescentes que dizem "garçom, um chope" e não são atendidos.

Beber melhora o desempenho sexual.

Mentira. A bebida aumenta o desejo, mas estraga o desempenho dos homens. É fato que o álcool diminui inibições, inclusive as sexuais. Mas também faz cair a produção do hormônio masculino, a testosterona.

Tomar café ou banho gelado ajuda a ficar sóbrio.

Mentira. É o fígado que metaboliza (transforma em outras substâncias) o álcool na corrente sanguínea. Nem café nem água gelada apressam o funcionamento dele.

Comer antes de beber, ou durante, diminui o efeito do álcool.

Verdade. Isso acontece porque a própria comida, quando encontra o álcool no estômago, absorve parte da substância. Evita que ele passe ao intestino delgado e, dali, chegue ao cérebro pela corrente sanguínea.

Misturar bebidas deixa o sujeito mais bêbado.

Mentira. O que deixa o indivíduo mais embriagado é a quantidade de álcool que ingeriu, não o tipo de bebida. Tomar bebidas de sabores diferentes, uma em seguida à outra, pode deixar o beberrão apenas mais enjoado porque os diferentes sabores geralmente não combinam. O cérebro não tem como saber se o álcool que chega a ele é de um licor ou de um uísque.

Mulher grávida não pode beber.

Verdade. O álcool causa vários danos ao feto: retardamento mental, anormalidades orgânicas e problemas de aprendizado no futuro. Mas não induz ao alcoolismo. Não se sabe exatamente a partir de qual quantidade de álcool esses efeitos nocivos aparecem. Por isso, o melhor é não arriscar.
Fontes: Universidade da Carolina do Norte (EUA) e Instituto Nacional de Alcoolismo e Abuso de Álcool dos EUA

1. Quando a bebida alcança o lobo frontal, surgem sensações agradáveis de relaxamento e alegria. O sujeito fica mais falante, sem prejuízo do raciocínio.

2. Ao atingir os lobos parietal e temporal começam os problemas. O sujeito é capaz de cometer um desatino, como cruzar um farol vermelho.

3. Se chegar ao lobo occipital, responsável pelo movimento e pela visão, torna difícil ficar em pé e andar direito. A vista embaça.

4. O cerebelo comanda os reflexos. Atingido pelo álcool, a coordenação motora fica gravemente prejudicada. O tronco encefálico dirige a respiração.

5. O álcool demora para afetar esta área, mas, quando chega, leva à inconsciência, ao coma, à insuficiência respiratória e cardíaca. Em geral, o corpo se defende e provoca desmaios para o sujeito parar de beber.
O pesquisador pôs em gaiolas separadas dois tipos de camundongos, um normal e outro sem uma enzima chamada PKC-épsilon. Cada gaiola tinha uma garrafinha com água e outra com álcool a apenas 2%.

Água e vinho

No primeiro dia da experiência, os camundongos das duas gaiolas bebem mais água. Na segunda medição, quatro dias depois, os camundongos normais tomam um pouco mais de álcool do que os mutantes.

Vício

O pesquisador aumenta, então, a concentração de álcool para 4%. Os camundongos normais passam a beber ainda mais álcool e os mutantes menos.

Concentração alta

Quando a concentração do álcool chega a 14% (como a de um vinho), o consumo entre os normais chega ao máximo, enquanto os mutantes praticamente só tomam água. Conclusão: a falta da enzima diminui a atração pelo álcool.

Fermentação e destilação são as duas únicas receitas para se fabricar o álcool que pode ser bebido. Vinho e cerveja são produtos da fermentação, ou seja, a transformação de açúcar em álcool, usando microorganismos. Embora muito prática (quem faz todo o trabalho é uma levedura, a Saccharomyces cerevisiae), a fermentação padece de uma limitação natural. Seus produtos têm, no máximo, 14% de concentração alcoólica. Mais do que isso seria tóxico para a própria levedura. Quer dizer: as bebidas fermentadas são mais fraquinhas porque o bichinho não está a fim de cometer suicídio. A destilação começa com a fermentação de frutas ou grãos, como arroz. O passo seguinte é separar a água do álcool, já que os dois fervem a temperaturas diferentes. Aí, um aparelho recaptura o que evaporou e transforma o vapor, por esfriamento, em líquido de novo. O resultado pode ter concentração alcoólica de até 95%.O Tratamento do Alcoolismo, Griffth Edwards, Martins Fontes, São Paulo, 2000.

Arranjo: Jhero



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