Se você acha que a explicação para o mundo ter 7 dias tem a ver com a Bíblia, que diz que Deus criou o mundo em 6 dias e descansou no sétimo, você não totalmente errado.
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Entretanto, antes mesmo de os homens escrevem o Livro Sagrado, outras civilizações já adotavam o período semanal contando com 7 dias.
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Acredita-se que foram os babilônios que começaram essa divisão do tempo por volta do ano 600 a.C., mas não se sabe exatamente os motivos para isso. Eles viviam na Mesopotâmia, o berço de nossa civilização, no lugar onde hoje se encontra o Iraque, e provavelmente dividiam o tempo com base nos 7 “planetas” visíveis a olho nu: Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Vênus, Júpiter e Saturno.
Uma das origens dos nomes dos dias da semana também era de acordo com a proximidade imaginada para os "planetas"
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Cada semana era baseada nas fases da Lua, que tinha um ciclo completo arredondado para 28 dias. Hoje sabemos que isso dura pouco mais de 29 dias, mas na época eles não tinham essa compreensão, tanto que aconteciam certos problemas na contagem: por volta do século 5 a.C., os babilônios chegavam a ter três semanas com 7 dias, seguidas de uma semana com 8 ou 9 dias, para ajeitar o próprio calendário.
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Acredita-se que, além de as fases da Lua durarem “7 dias”, os babilônios tinham a crença de que o 7 era um número místico. Por isso, o sétimo dia para os babilônios, embora fosse dito como sagrado, era também conhecido por ser azarado. Logo, várias restrições impediam que a população exercesse suas atividades corriqueiras, já que isso traria má sorte.
Restos de um antigo calendário babilônio
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Imperador romano define a contagem
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Para os judeus que escreveram a Bíblia, o número 7 também era sagrado, tanto que ele foi usado para descrever a criação do Universo por Deus. Porém, foi só durante o Império Romano que a ideia de uma semana com 7 dias ganhou cada vez mais popularidade. Já no Egito Antigo, por exemplo, a semana tinha 9 ou 10 dias.
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Na Roma antiga, a semana tinha 8 dias, sendo que o oitavo era conhecido como o dia de fazer compras. Só que essa divisão não era bem clara e acabava que esse dia poderia variar e não ter o mesmo intervalo de tempo entre uma semana e outra. Aos poucos, esse modelo semanal foi entrando em desuso, pois os romanos preferiam a semana com 7 dias. Durante algum tempo, os dois sistemas funcionaram simultaneamente, gerando muitos conflitos.
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Coube ao imperador romano Constantino bater o martelo e definir o calendário semanal com 7 dias, no ano 321 d.C., oficializando algo que já vinha sendo usado informalmente há mais de 400 anos na região. Foi ele também quem definiu o domingo como o primeiro dia da semana e o sábado como o dia de descanso.
Constantino, que viveu entre 272 e 337 d.C., foi o responsável por oficializar a contagem usada atualmente
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3 curiosidades aleatórias
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1. Para os judeus, a contagem dos dias era um pouco diferente, e o descanso semanal acontecia no sábado, que no hebraico era chamado de “Sabbath”, palavra derivada de “shabbath”, que significa “dia de descanso”.
2. Em 1793, a França abandonou a ideia de uma semana com 7 dias e estipulou um novo calendário que contava com 10 dias. Essa mudança durou 9 anos e teve fim quando a Igreja Católica Romana voltou a se estabelecer no país.
3. A União Soviética também tentou mudar a contagem do número de dias da semana, em 1929. Nessa época, as semanas se alternavam tendo 5 e 6 dias. Esse esquema durou 11 anos e chegou ao fim em 1940.
Calendário soviético de 1939