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Rivotril (Clonazepam) - Cuidados com o medicamento Rivotril!

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Rivotril NÃO é inócuo como tentam fazer crer  alguns psiquiatras que oprescrevem sem muito critério. E Rivotril não é a solução ideal na maioria dos casos. Ninguém fica curado de pânico apenas tomando Rivotril. Recorrer a esse medicamento ao se manifestar a tristeza ou risco de depressão e uma ansiedade persistente também pode não ser o melhor caminho. Há que se tomar cuidado com os remédios, em especial os psicofármacos. É preciso descobrir as causas dos sintomas, isto é, o que está por trás, por exemplo, do entristecimento ou  do pânico,concomitantemente  ao uso do remédio ou  antes de começar a tomá-lo .
No caso do Rivotril, está havendo uma onda de prescrição dele, nem sempre à luz de criteriosa análise, a ponto de as vendas terem aumentado 37%  de 2006 a 2010. Em quatro anos,  subiram de 13 milhões e meio para 18 milhões e meio a venda de caixinhas de Rivotril. Ao todo são vendidos 14 milhões de caixas por ano, no Brasil,de acordo com levantamento do IMS Health, instituto que audita a indústria farmacêutica. Só perde para o anticoncepcional Microvlar.
E tanto sucesso só acontece no Brasil. Nos EUA, os médicos têm medo de receitá-lo, temendo serem processados. Isso porque, entre outros efeitos maléficos, o Rivotril provoca queda em idosos. Os psiquiatras sérios consideram que há abuso na indicação desse medicamento tarja preta, que causa dependência e pode provocar, também, sonolência, dificuldade de concentração e falhas da memória – verdadeiros “apagões” ou os famosos “brancos”. Uma psiquiatra veterana me explicou que o Rivotril é mais indicado para momentos de crises de alguns transtorno, mas para uso contínuo deve haver mais rigor na prescrição. No entanto, não é isso que se observa na prática.
Algumas das prováveis explicações para o uso exagerado do Rivotril pode ser o preço baixo, a ineficiência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e até um possível conluio entre médicos e a indústria farmacêutica,sempre preocupada com lucro e nunca com a saúde das pessoas.
O psiquitra Ronaldo Laranjeira, professor na Unifesp e coordenador da Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas), alerta que três meses de uso do Rivotril já são suficientes para criar uma dependência da droga.
O psiquiatra Mauro Aranha de Lima, conselheiro do Cremesp (Conselho Regional de Medicina), afirma ser “evidente” que existe indicação inapropriada do remédio, especialmente por parte de médicos generalistas, não familiarizados com a saúde mental.
Segundo esse especialista, muitas pessoas já chegam ao consultório com queixas de ansiedade e pedindo o Rivotril. “As pessoas trabalham até tarde, chegam em casa ansiosas e querem dormir logo. Não relaxam, não se preparam para o sono. Tomar Rivotril ficou mais fácil”, diz ele, também presidente do Conselho Estadual Sobre Drogas.
Mas o corpo pode pagar um preço alto por esse comodismo e negligência com a saúde.
Reforçando: depressão, ansiedade, pânico e  outros distúrbios psicoemocionais NÃO DEVEM SER TRATADOS APENAS COM REMÉDIOS. Se há uma causa de fundo psicológico, obviamente é necessário psicoterapia para atacar a causa, e não apenas os sintomas. Psicofármaco não cura doenças, só atua sobre os sintomas.
Como medida preventiva, os laboratórios incluem todas as possibilidades de reações adversas dos medicamentos produzidos por eles. Mesmo sabendo disso, vale a pena ler a descrição os efeitos colaterais atribuídos ao Rivotril, listados na bula do próprio medicamento:
.  Pode causar lentidão de reações, prejudicando a  habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas.  Esse efeito é agravado pelo consumo de álcool. Portanto, quem toma Rivotril deve evitar dirigir, operar máquinas e exercer outras atividades que requeiram atenção, principalmente  nos primeiros dias do tratamento – masdepois também, em muitos casos.
. Pode causar convulsões:  em alguns estudos, até 30% dos pacientes apresentaram perda da atividade anticonvulsivante, sobretudo nos  três meses iniciais da administração. Em alguns casos, o ajuste de dose pode restabelecer a eficácia. Quando usado em pacientes nos quais coexistem vários tipos de distúrbios epilépticos, Rivotril pode aumentar a incidência ou precipitar o aparecimento de crises tônico-clônicas generalizadas (grande mal). Isso pode requerer a adição de anticonvulsivantes adequados ou aumento das dosagens deles.
. É desaconselhável para mulheres grávidas.
Tem mais efeitos colaterais:
“Distúrbios psiquiátricos: foram observados amnésia, alucinações, histeria, libido aumentada ou diminuída, insônia, psicose, tentativa de suicídio (os efeitos sobre o comportamento podem ocorrer com maior probabilidade em pacientes com história de distúrbios psiquiátricos), ataque de ansiedade, despersonalização, disforia, labilidade emocional, distúrbio de memória, desinibição orgânica, ideias suicidas, lamentações, diminuição da concentração, inquietação, confusão mental  e desorientação. A amnésia anterógrada pode ocorrer durante o uso de benzodiazepinas em doses terapêuticas, sendo que o risco aumenta com doses mais elevadas.
Foram observadas, ainda, as seguintes reações paradoxais: excitabilidade, irritabilidade, agressividade, agitação, nervosismo, hostilidade, ansiedade, distúrbios do sono, pesadelos e sonhos anormais. Em casos raros, pode ocorrer perda da libido. Distúrbios do sistema nervoso: sonolência, lentidão de reações, hipotonia muscular, tonturas, ataxia.
Também foram relatados: movimentos anormais dos olhos, afonia, movimentos coreiformes, coma, disdiadococinesia, aparência de “olho vítreo”, enxaqueca, hemiparesia, depressão respiratória, fala mal articulada, tremor, vertigem, perda do equilíbrio, coordenação anormal, sensação de cabeça leve, letargia, parestesia. Distúrbios oculares: distúrbios reversíveis da visão (diplopia), particularmente no tratamento a longo prazo ou de alta dose. Distúrbios cardiovasculares: palpitações, dor torácica. Foi relatada insuficiência cardíaca, incluindo parada cardíaca. Distúrbios do sistema respiratório: congestão pulmonar, rinorreia, respiração ofegante, hipersecreção nas vias respiratórias superiores, infecções das vias respiratórias superiores, tosse, bronquite, dispneia, rinite, congestão nasal, faringite. Pode ocorrer depressão respiratória.” (Fonte: Medicina Net)
Bom, não é pouca coisa! E há mais reações adversas (efeitos colaterais). A quem interessar, Clique no link BULA DO RIVOTRIL.
PS1: Por favor, antes de escrever perguntando algo, leia comentários já publicados para perguntas já feitas… a dúvida pode já ter sido esclarecida.
PS2: Este blog não é de orientação, não tenho o selo do CRP para dar orientações pela internet (não disponho de tempo para isso). A intenção é apenas disseminar informações que possam dar um norte inicial às pessoas; o Psicopauta NÃO É UM BLOG COM PROPOSTA DE AUTOAJUDA. Os problemas das pessoas, quase sempre muito sérios, devem ser resolvidos com a intervenção PRESENCIAL  de um especialista. Não tente resolver questões vitais apenas pesquisando na Internet; marque consulta com um psiquiatra ou com um psicoterapeuta da sua cidade.