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VOCÊ SABE O QUE É ALMA DE UMA PESSOA? UM ESTUDO REVELA, SAIBA!

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O QUE é você, leitor? É na realidade duas pessoas em uma — um corpo humano com cérebro, coração, olhos, ouvidos, língua e assim por diante, mas tendo também no seu íntimo uma pessoa espiritual, invisível, completamente separada de seu organismo carnal e chamada “alma”? 

Neste caso, o que acontece quando morre? Morre apenas seu corpo, ao passo que a alma continua vivendo? 

Como poderá saber isso ao certo?

Quase todas as religiões ensinam que, no caso dos homens, a morte não é o fim de toda a existência. Isto se dá não só nos chamados países cristãos da América do Norte e do Sul, da Europa e na Austrália, mas também nos países não-cristãos da Ásia e da África. 

O livro Costumes Funerários de Todo o Mundo observa: 

“As pessoas da maioria das culturas crêem que, na morte, alguma coisa que sai do corpo tem prosseguimento em vida.”

A crença na imortalidade da alma tem muito destaque nas religiões não-cristãs. Por exemplo, o mais prezado dos escritos sagrados hindus, o Bagavad-gita, menciona especificamente a alma como imorredoura. Apresenta isso como justificativa para a matança na guerra, dizendo:
“Perecíveis são os corpos (materiais) — eterna,
indestrutível, infinita é a alma que neles habita.
  Por isto, ó Arjuna, luta!
Quem pensa que é a alma, o Eu, que mata, ou o
Eu que morre, não conhece a verdade. O Eu
  não pode matar nem morrer.
O Eu nunca nasceu nem jamais morrerá. E, uma
vez que existe, nunca deixará de existir. Sem
nascimento, sem morte, imutável, eterno —
  sempre ele mesmo e o Eu, a alma. Não é
   destruído com a destruição do corpo (material).”
— Bhagavad-Gita, II, 18-20.

Mas, o que é a alma de que se fala ali? Embora os hindus creiam fortemente na imortalidade da alma humana, eles descrevem a sua natureza em termos vagos. Diz o livro Hinduísmo de Swami Vivekananda, publicado em inglês:

“O hindu crê que toda alma é um círculo, cuja circunferência não está em parte alguma, embora seu centro se encontre no corpo, e que a morte apenas significa a mudança deste centro de um corpo para outro. Nem é a alma limitada pelas condições da matéria. Na sua própria essência, ela é livre, irrestrita, santa, pura e perfeita. Mas, por um motivo ou outro, encontra-se presa pela matéria e considera-se matéria.”

Que dizer, então, da crença geral entre os membros das igrejas da cristandade? O Professor Cullmann (faculdade de teologia da Universidade de Basiléia e Sorbonne de Paris) declara:

“Se perguntássemos hoje a um cristão comum (quer um bem versado protestante ou católico, quer não) sobre o que ele concebe ser o ensino do Novo Testamento a respeito da sorte do homem após a morte, com poucas exceções receberíamos a resposta: ‘A imortalidade da alma.’”

Quando perguntados sobre a natureza da “alma”, os membros das igrejas da cristandade também respondem em termos vagos e obscuros. Não formam um conceito mais claro da alma imortal do que os aderentes de religiões não-cristãs. Isto suscita a pergunta: Ensina a Bíblia que a alma é uma parte imortal do homem?

É A ALMA IMORTAL?

Na Bíblia, a palavra “alma” aparece em muitas traduções como tradução da palavra hebraica néfes e da palavra grega psiqué. (Por exemplo, veja Ezequiel 18:4 e Mateus 10:28, nas versões Almeida, Matos Soares, Pontifício Instituto Bíblico, Brasileira, Trinitária.) 

Estes mesmos termos hebraico e grego também têm sido traduzidos “ser”, “criatura” e “pessoa”. Sem considerar se a sua Bíblia verte coerentemente as palavras das línguas originais por “alma” (como faz a Tradução do Novo Mundo), um exame dos textos em que ocorrem as palavras néfes e psiqué o ajudará a compreender o significado destes termos para o povo de Deus na antiguidade Assim poderá decidir por si mesmo a verdadeira natureza da alma.

Descrevendo a criação do primeiro homem, Adão, o livro inicial da Bíblia diz:
“Deus passou a formar o homem do pó do solo e a soprar nas suas narinas o fôlego de vida, e o homem veio a ser uma alma [néfes] vivente.” (Gênesis 2:7)
Podemos notar que a Bíblia não diz que ‘o homem recebeu uma alma’, mas que “o homem veio a ser uma alma vivente.”

Será que o ensino cristão do primeiro século diferiu deste conceito de “alma”? Não. No comumente chamado “Novo Testamento”, a declaração a respeito da criação de Adão é citada como fato: 

“Até mesmo está escrito assim: ‘O primeiro homem, Adão, tornou-se alma vivente.’” (1 Coríntios 15:45) 

Na língua original deste texto aparece a palavra para “alma”, psiqué. Por conseguinte, neste texto, a palavra grega psiqué, igual à palavra hebraica néfes, não indica um espírito invisível que resida no homem, mas o próprio homem. 

Portanto, certos tradutores da Bíblia escolheram corretamente usar palavras tais como “ser”, “criatura” e “pessoa” na sua tradução de Gênesis 2:7 e 1 Coríntios 15:45. — Liga de Estudos Bíblicos; Almeida, atualizada; New English Bible; Revised Standard Version; veja a versão Matos Soares, que insere “pessoa” em Gênesis 2:7, mas usa “alma” em 1 Coríntios 15:45; também a do Centro Bíblico Católico.

É também digno de nota que os termos néfes e psiqué são aplicados aos animais. A Bíblia diz a respeito da criação das criaturas marítimas e terrestres: “Deus prosseguiu, dizendo: ‘Produzam as águas um enxame de almas [“criaturas”, Almeida, margem, 1955, 1944] viventes e voem criaturas voadoras sobre a terra’ . . . Deus passou a criar os grandes monstros marinhos e toda alma vivente que se move . . . ‘Produza a terra almas viventes segundo as suas espécies, animal doméstico, e animal movente, e animal selvático da terra, segundo a sua espécie.’” — Gênesis 1:20-24.

Tais referências a animais como sendo almas não se limitam ao livro inicial da Bíblia. Desde o primeiro livro das Escrituras Sagradas até o último livro delas, os animais continuam a ser chamados de almas. Está escrito: “Dos homens de guerra, que saíram na expedição, tens de tirar . . . uma alma [néfes] dentre quinhentas, do gênero humano e da manada, e dos jumentos, e do rebanho.” (Números 31:28) “O justo importa-se com a alma [néfes] do seu animal doméstico.” (Provérbios 12:10) “Morreu toda alma [psiqué] vivente, sim, as coisas do mar.” — Revelação 16:3.

A aplicação da palavra “alma” aos animais é bem apropriada. Está de acordo com o que se pensa ser o significado básico do termo hebraico néfes. Entende-se que esta palavra se deriva duma raiz que significa “respirar”. Portanto, em sentido literal, a alma é “aquele que respira”, e os animais realmente respiram. São criaturas viventes que respiram.

Quanto à sua aplicação aos humanos, as palavras néfes e psiqué são usadas repetidas vezes de tal maneira, que significam a pessoa inteira. Lemos na Bíblia que a alma humana nasce. (Gênesis 46:18) Ela pode comer ou jejuar. (Levítico 7:20; Salmo 35:13) Pode chorar e desmaiar. (Jeremias 13:17; Jonas 2:7) A alma pode jurar, almejar algo ou ficar com temor. (Levítico 5:4; Deuteronômio 12:20; Atos 2:43) Alguém pode raptar uma alma. (Deuteronômio 24:7) A alma pode ser perseguida ou posta em ferros. (Salmo 7:5; 105:18) Não são estas as espécies de coisas feitas por pessoas ou a pessoas de carne? Não comprovam tais passagens das Escrituras claramente que a alma humana é o homem inteiro?

Numerosos eruditos bíblicos do século vinte, católicos, protestantes e judaicos, chegaram a esta conclusão. Note seus comentários:

“O famoso versículo de Gênesis [2:7] não diz, conforme muitas vezes se supõe, que o homem se compõe de corpo e alma; diz que Iavé formou o homem, com terra do solo, e depois passou a animar a figura inerte com fôlego vivo soprado nas narinas dele, de modo que o homem tornou-se um ser vivente, que é tudo o que néfes [alma] aqui significa.” — H. Wheeler Robinson, do Regent’s Park College, Londres, na Zeitschrift für die alttestamentliche Wissenschaft (Revista Para a Ciência do Velho Testamento), Vol. 41 (1923).

“Não se deve pensar no homem como tendo uma alma; ele é uma alma.” — E. F. Kevan, Diretor do Bible College de Londres, em The New Bible Commentary (1965), 2.a ed., p. 78.

“A alma, no A[ntigo] T[estamento], significa, não uma parte do homem, mas o homem inteiro — um homem como ser vivente. Similarmente, no N[ovo] T[estamento] significa vida humana: a vida de uma pessoa individual, consciente.” — New Catholic Encyclopedia (1967), Vol. 13, p. 467.
“A Bíblia não diz que temos uma alma. ‘Néfes’ é a própria pessoa, sua necessidade de alimento, o próprio sangue nas suas veias, seu ser.” — Dr. H. M. Orlinsky, do Hebrew Union College, citado no Times de Nova Iorque de 12 de outubro de 1962.

Parece-lhe estranho que eruditos de diversas crenças religiosas digam agora que a alma é o próprio homem? Foi isto o que se lhe ensinou? Ou foi-lhe ensinado que a alma é uma parte imortal do homem? Neste caso, que efeito teve este ensino na sua pessoa? Induziu-o a gastar dinheiro para fins religiosos, que de outro modo teria gasto com as necessidades da vida? Será que sua igreja foi desonesta no seu ensino? Quem tem razão — a igreja ou seus eruditos?

Se os eruditos tiverem razão ao dizer que a alma humana é a pessoa inteira, inclusive seu corpo carnal, devemos esperar que a Bíblia mencione a alma como sendo mortal. Faz isso? Sim. A Bíblia fala de ‘refrear’, ‘socorrer’ e ‘salvar’ uma néfes ou alma da morte. (Salmo 78:50; 116:8; Tiago 5:20) Lemos também: “Não golpeemos fatalmente a sua alma.” (Gênesis 37:21) “Para lá terá de fugir o homicida que sem querer golpear fatalmente uma alma.” (Números 35:11) “Sua alma morrerá na própria infância.” (Jó 36:14) “A alma que pecar — ela é que morrerá.” — Ezequiel 18:4, 20.

Mas, não é possível que pelo menos em algumas das referências bíblicas as palavras das línguas originais traduzidas “alma” se refiram a algo que abandona o corpo por ocasião da morte e que é imortal? Que dizer de textos tais como os seguintes? “Enquanto a sua alma partia (porque estava morrendo), ela chamou-o pelo nome de Ben-Oni.” (Gênesis 35:18) “Meu Deus, por favor, faze a alma deste menino voltar para dentro dele.” (1 Reis 17:21) “Parai de levantar um clamor, pois a sua alma está nele.” (Atos 20:10) Não indicam estas passagens que a alma é algo que existe independentemente do corpo?

O texto em Jó 33:22, escrito em estilo poético, fornece a chave para o entendimento destas passagens. Ali, “alma” e “vida” são colocadas paralelas, de modo que estas duas palavras podem ser trocadas entre si sem mudar o sentido da passagem. Lemos: “Sua alma se chega à cova e sua vida aos que infligem a morte.” Em vista deste paralelismo, podemos ver que a palavra “alma” pode significar vida como pessoa, e, portanto, pode-se entender que a partida da alma se refere ao fim da vida como pessoa.

Como ilustração: Um homem poderá dizer que seu cão ‘perdeu a vida’ quando foi atropelado por um caminhão. Quer dizer com isso que a vida deste animal partiu do corpo e continua existindo? Não, ele simplesmente usa uma figura de retórica para indicar que o animal morreu. 

O mesmo se dá quando dizemos que certo homem ‘perdeu a vida’. Não queremos dizer que a vida dele passou a existir independente do corpo. De modo similar, ‘perder a alma’ significa ‘perder a vida como alma’, e não tem o significado de haver uma existência continuada após a morte. Reconhecendo isso, O Dicionário do Interpretador da Bíblia (em inglês) diz:

“A ‘partida’ de néfes [alma] precisa ser encarada como figura de retórica, porque ela não continua a existir independente do corpo, porém, morre junto com ele (Núm. 31:19; Juí. 16:30; Eze. 13:19). Nenhum texto bíblico autoriza a declaração de que a ‘alma’ se separa do corpo no instante da morte.”

A ORIGEM DA CRENÇA

A evidência bíblica é inconfundivelmente clara no sentido de que o homem não tem uma alma imortal, mas que ele mesmo é uma alma. 

Então, como se introduziu esta crença na alma imortal nos ensinos das igrejas da cristandade? Atualmente, reconhece-se francamente que isto se deve à influência da filosofia grega, pagã. 

O Professor Douglas T. Holden escreveu no seu livro A Morte não Terá Domínio, em inglês:

“A teologia cristã ficou tão fundida com a filosofia grega, que criou pessoas que são uma mistura de nove partes de pensamento grego para uma parte de pensamento cristão.”

A revista católica Commonweal, no seu número de 15 de janeiro de 1971, confessou que a idéia duma alma imortal é um conceito que “os judeus posteriores e os primitivos cristãos herdaram de Atenas”.

A quem cabe a culpa por esta mistura de pensamento grego, pagão e cristão? Não cabe aos clérigos religiosos? Certamente, não foram os membros das igrejas que inventaram por conta própria tal ensino, que os eruditos bíblicos admitem francamente não ser bíblico.

Mas, onde obtiveram os antigos gregos seu fundamento religioso, básico? Conforme já se salientou, há forte evidência de que os conceitos religiosos dos gregos e de outros povos foram influenciados pelos babilônios. E quanto à crença babilônica sobre a alma, note o que diz a International Standard Bible Encyclopœdia:

“Após a morte, as almas dos homens continuavam supostamente em existência. . . . Os babilônios . . . amiúde colocavam junto aos mortos objetos que pudessem ser usados na sua existência futura. . . . No mundo futuro, parece que havia distinções entre os mortos. Os que morriam nas batalhas parece que tinham favor especial. Recebiam água fresca para beber, ao passo que os que não tinham descendentes para lhes por ofertas nos túmulos sofriam severas e muitas privações.”

Portanto, os gregos podiam ter facilmente obtido de Babilônia suas idéias básicas sobre a imortalidade da alma, idéias que então foram ampliadas pelos filósofos gregos.

Algo similar parece ter acontecido com relação às religiões não-cristãs ainda existentes hoje. Por exemplo, uma comparação da civilização antiga do Vale do Indo, onde o hinduísmo é a religião predominante, com a da Mesopotâmia, revela notáveis similaridades. 

Estas incluem construções tais como os ziguratos religiosos de terraços da Mesopotâmia e sinais pictográficos de forte semelhança com primitivas formas mesopotâmicas. 

O famoso assiriologista Samuel N. Kramer sugeriu, à base de seus estudos, que o Vale do Indo foi povoado por um povo que fugiu da Mesopotâmia quando os sumerianos assumiram o domínio daquela região. Não é difícil de entender, pois, onde o hinduísmo obteve sua crença numa alma imorredoura.

A evidência indica assim Babilônia como o ponto de origem mais antigo do qual se espalhou a crença na imortalidade da alma humana até os confins da terra. E ali, em Babilônia, segundo a Bíblia, deu-se uma rebelião contra Deus. Isto já bastaria para encarar a doutrina da alma imortal com reservas. Mas, não se esqueça de que, conforme já vimos, este ensino está também em conflito direto com a Bíblia.

Além disso, não é a idéia de que a alma seja imortal contrária ao que observou pessoalmente? Por exemplo, o que acontece quando a pessoa é deixada inconsciente, quando desmaia ou é anestesiada num hospital? Se a sua “alma” for realmente separada do corpo e puder funcionar de modo inteligente à parte do corpo, de modo que nem mesmo a morte afete a sua existência e seu funcionamento, então por que se dá que, durante tais períodos de inconsciência, a pessoa está completamente desapercebida de toda a atividade em volta dela? Por que se lhe precisa dizer depois o que aconteceu durante este tempo? Se sua “alma” é capaz de ver, ouvir, sentir e pensar após a morte, conforme ensinam as religiões em geral, por que é que algo muito menos drástico do que a morte, tal como um período de inconsciência, pára todas estas funções?

Também, o cadáver, quer humano, quer animal, volta por fim aos elementos do solo. Nada a respeito da morte nem mesmo insinua haver uma alma imortal que sobreviva.

O EFEITO DA DOUTRINA A RESPEITO DA IMORTALIDADE DA ALMA

O que a pessoa crê a respeito da alma não é de pouca importância.

O ensino da imortalidade da alma humana foi usado para anular a consciência do povo em tempos de guerra. Os líderes religiosos fizeram com que parecesse que tirar a vida não é tão mau assim, visto que os mortos realmente não morrem. 

E aos que morrem em batalha contra o inimigo promete-se a bem-aventurança. São típicas as observações tais como as noticiadas no jornal Times de Nova Iorque, em 11 de setembro de 1950: “Os pais tristes, cujos filhos foram recrutados ou novamente convocados para serviço de combate foram ontem informados na Catedral de S. Patrício que a morte na batalha era parte do plano de Deus para povoar ‘o reino do Céu’.” A idéia expressa ali difere pouco do antigo ensino babilônico de que os mortos na guerra obtinham favores especiais.

As deturpações do que a Bíblia diz sobre a alma contribuíram assim para se dar pouco valor à vida humana e fizeram as pessoas sentir-se dependentes dos grandes sistemas religiosos, que falsamente afirmaram cuidar de sua alma.

Fonte: Pesquisa