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ISLAMISMO É A SEGUNDA MAIOR RELIGIÃO DO MUNDO: NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O ISLÃ

Noções básicas sobre o Islã

“Islamismo é a segunda maior religião do mundo, totalizando cerca de 1,5 bilhão de adeptos, ou quase 25% da população mundial.
Tal como no Cristianismo, o Islamismo é segmentado em diversos grupos. Os dois grupos principais são o Sunismo e o Xiismo. Há, ainda, dezenas, se não centenas, de grupos menores, cada um com suas particularidades e curiosidades.
Apesar de ser tão grande e estar presente em quase todos os países do mundo, inclusive com grande presença — e sempre crescente — no Brasil, a Igreja brasileira ainda não dá a devida atenção a esse grupo. Além de não dar a merecida atenção os Muçulmanos (como são chamados os fieis do Islamismo. Antigamente, usavam-se termos como islamistas e maometanos, mas esses termos são errados e ultrapassados, devendo ser evitados), a Igreja no Brasil conhece pouco sobre o que o Islã ensina, em que creem, como se portam em determinadas situações e como eles veem o Cristianismo.
Por essa razão, esse pequeno texto não visa ser um manual exaustivo e, muito menos, um guia para evangelismo de Muçulmanos. O propósito é apresentar, de forma resumida e listada, um resumo do que é o Islamismo, apresentando, assim, aquilo que caracteriza o Islã ortodoxo.
Pormenores e detalhes devem ser apresentados em futuros textos.
Os Cinco Pilares do Islã
Tal como a melhor forma de se ensinar o que é o Calvinismo para um leigo é citar e explicar os cinco pontos do Calvinismo, a melhor forma de se ensinar o que é o Islã é ensinar o que são os cinco pilares do Islã. Sendo assim, vejamos o que são esses pilares e o que ensinam.
1)Testificar que ninguém, além de Allah, deve ser adorado, e que Muhammad é seu apóstolo. (“Muhammad” é o nome árabe de Maomé. Ao conversar com um Muçulmano, evite usar o nome “Maomé”. No entanto, o nome pode constar como Mohamed, Ahmad / Ahmed, etc).
2) Oferecer com perfeição as cinco orações diárias (chamada de Salá, ou Salat).
3) Dar esmolas, a chamada Zakat, ou Zakah.
4) Realizar a peregrinação, também chamada de Hajj (lê-se “raji”), a Meca.
5) Jejuar durante o Ramadã (Ramadã é um mês do calendário árabe. Nesse mês, os Muçulmanos jejuam).
Vejamos, agora, um pouco mais sobre cada um dos pilares do Islã.
1) “Não há outro deus além de Allah, e Muhammad é o seu mensageiro”.
Por meio dessa declaração, que é, de fato, uma profissão de fé do Islamismo, estabelece-se a crença em Allah como o único e verdadeiro Deus, e em Muhammad como o último e mais importante de todos os profetas enviados por Allah.
Essa declaração de fé é tão importante que, parece tornar Muçulmano, toda pessoa deve dizê-la de coração e publicamente, diante de outros Muçulmanos, e em árabe: “La ilaha ill-Allah Muhammad-un Rasulullah”.
Mas, quem é Allah?
Antes mesmo do surgimento do Islamismo, que foi no século VII, na Arábia, o nome “Allah” já era utilizado, inclusive pelos árabes Cristãos. “Allah” simplesmente significa “Deus”. Tem a mesma origem etimológica de “Eloah”, que quer dizer “Deus”, em Hebraico. Embora pareçam se referir ao mesmo Deus, e embora os Muçulmanos mesmos digam que eles, que os Judeus e os Cristãos adoram ao mesmo Deus, não me restam dúvidas de que, apesar dos nomes e dos atributos, o deus do Islamismo é outro, com similaridades, mas não o mesmo Deus que nós servimos.
Outro ponto de destaque é que Muhammad é citado na própria confissão de fé Islâmica. Ainda, é digno de nota que os Muçulmanos não vêem Muhammad com os Cristãos ortodoxos veem Jesus. Os enfoques são diferentes. Enquanto para os Cristãos Jesus é Deus encarnado, para os Muçulmanos Muhammad é um homem, mortal, que foi chamado por Allah para trazer sua mensagem final, pura e perfeita. Embora muitos Muçulmanos pareçam adorar a Muhammad (isso é tema para outra discussão, onde é possível ver que há muitos Muçulmanos que, de fato, adoram Muhammad tal como alguns Cristãos adoram a santos), o que o Muçulmano tem é um profundo — e mandatório — respeito por seu profeta. Uma ofensa ao profeta do Islamismo é algo gravíssimo, que, muitas vezes, suscita fúria e agressão por parte do Muçulmano, em uma atitude que visa “honrar” seu profeta.
2) Rezar cinco vezes ao dia
Todo Muçulmano deve realizar cinco rezas ao dia. Essas rezas (que, de fato, são rezas decoradas, não orações voluntárias e espontâneas) são feitas em horários estipulados. Quando chega o horário, o bom Muçulmano simplesmente para o que está fazendo e começa a orar, onde quer que esteja. Os horários das orações são ao alvorecer, depois do meio-dia, entre o meio-dia e o pôr-do-sol, logo após o pôr-do-sol e, aproximadamente, uma hora após o pôr-do-sol.
É interessante saber que orações voluntárias e espontâneas não são incentivadas no Islamismo e nem são vistas como algo que traga qualquer tipo de benefício.
3) Dar esmolas
A esmola, chamada de Zakat, é, na verdade, uma contribuição financeira voltada para os pobres. O Muçulmano, uma vez ao ano, calcula cerca de 2,5% de seu rendimento e dá essa parte aos necessitados. Como o objetivo é que os que possuem mais ajudem os que possuem menos, os pobres não dão Zakat, mas recebem-no dos que possuem mais.
4) Peregrinar a Meca
Meca é a cidade sagrada do Islamismo. É uma cidade totalmente proibida para não-Muçulmanos, ou seja, apenas Muçulmanos podem entrar nessa cidade. Lá se encontra a Caaba, que é uma construção em forma de cubo, que abriga em seu interior uma pedra chamada que é tocada e venerada pelos Muçulmanos. Eles alegam que a Caaba foi construída por Abraão. A Caaba era constantemente visitada por Muhammad.
É importante saber que a Hajja, ou seja, que a peregrinação a Meca deve ser feita no mês de Dhu al-Hija. Peregrinações feitas a Meca em outra época não têm a mesma validade, mas ainda assim são vistas como algo bom.
5) Jujuar durante o Ramadã
O jejum durante o Ramadã (30 dias) consiste e abster-se de comer do nascer ao pôr do sol. De fato, além de alimentos, o Muçulmano não deve beber líquidos e realizar quaisquer atividades prazerosas. No entanto, ele pode tomar um desjejum antes da primeira oração do dia (e, claro, antes do nascer do sol).
Há outros pontos que são dignos de observação, os quais traçam um esboço mais completo do que é o Islamismo e o que ele apregoa.
·         O livro sagrado do Islã é o Alcorão (ou somente Corão, já que o prefixo “al” significa “o”).
·         Os Muçulmanos creem que o Alcorão foi revelado verbalmente a Muhammad por meio do arcanjo Gabriel (chamado por eles de Jibril).
·         Por ser verbalmente inspirado, acreditam que cada letra e cada palavra é divinamente inspirada e inerrante.
Os Muçulmanos creem em Jesus (chamado, por eles, de ‘Isa). Todavia, Jesus, para eles, não é Deus encarnado, muito menos filho de Deus. Para eles, Jesus foi um dos maiores profetas que já existiu.
  • Além de descrerem a divindade de Jesus, os Muçulmanos consideram blasfêmia atribuir um filho a Deus.
  • As orações no Islamismo devem seguir um ritual prescrito, seguido à risca. Se a pessoa que está orando faz algum movimento errado, por exemplo, a oração será invalidada automaticamente. Além de movimentos errados, se um cachorro ou uma mulher passar na frente do Muçulmano quando estiver orando, a oração também é invalidada.
  • O Alcorão não deve, necessariamente, ser lido. O que importa, de fato, é decorá-lo e recitá-lo em voz audível. A leitura com finalidade de compreensão não é necessária.
  • O Islamismo prega a volta de Cristo. No entanto, para eles, Jesus voltará para instituir o Islamismo em toda a terra e para condenar os Cristãos por tratá-lo como Filho de Deus e por o adorarem.
  • Curiosamente, o Islamismo, em via de regra (exceto por alguns grupos, tal como no Cristianismo), crê na predestinação. Entendem que tudo é predeterminado por Allah e que nada acontece fora e sua vontade. Por isso, ao tratarem de algo no futuro, costumam dizer In sha’Allah, que quer dizer “se Deus quiser”.
  • Além do Alcorão, outra fonte de grande importância e autoridade doutrinária e teológico é a Sunna. A Sunna reúne ditos e feitos de Muhammad e de pessoas próximas a ele, bem como de causos acontecidos diante do profeta da religião.
  • A Sunna é respeita porque o Muçulmano deve procurar viver da forma mais parecida possível a Muhammad (que é tido como o homem mais perfeito que já existiu), sendo assim, o Muçulmano pode encontrar nessa fonte as respostas de como proceder em cada situação.
  • Um Muçulmano pode ter até três esposas, desde que as trate como iguais e possam sustentá-las.
  • Além de esposas, ele pode ter concubinas e até escravas sexuais (no entanto, isso não é tão praticado, muito menos onde tal atitude resultaria em prisão).
Por fim, cabe salientar que por mais variadas que sejam as semelhanças entre o Cristianismo e o Islamismo, ambas religiões são totalmente diferentes em suas ênfases, princípios e cernes doutrinários.
Futuramente, trataremos de missões locais entre Muçulmanos, de curiosidades sobre o Islã e de pontos teológicos mais profundos.”