Melquisedec é um ser enigmático, citado em diversas
culturas com o título de “rei”, embora nem sempre é rei da mesma coisa.
Considerado o representante de Deus na Terra, conta a história que Melquisedec
esteve presente durante toda a história humana intervindo em momentos críticos
diretamente de sua morada no reino subterraneo de Shambala. Os orientais o
intitulam como o Rei do Mundo. O nome de Melquisedec surge na Bíblia em Gênesis
(14: 18-20), em Salmos 110, e em Hebreus (5-7), e é grafado de diversas formas:
Melquisedec (por exemplo, na Bíblia de Jerusalém) ou Melquisedeque, em outras
fontes em português; Melchizedek; Malki-tzédek; Malchizedek; Melchisedech.
Segundo alguns estudiosos, o nome ou expressão podem
ser traduzidos como “Zedek é meu rei”, ou “meu rei é justo”. No primeiro caso,
refere-se a uma divindade caananita. No Gênesis, Melquisedec é apresentado como
o rei de Salem – cidade que muitos estudiosos entendem como sendo a própria
Jerusalém –, e sacerdote de El Elyon, ou Deus Altíssimo, interpretado por
alguns como uma referência a Iahweh. A Enciclopédia Britânica diz que
Melquisedec é uma figura de importância bíblica porque era tanto um rei quanto
sacerdote, e encontrou com Abrão quando este voltava da batalha em que derrotou
Codorlaomor, levando-lhe pão e vinho. Segundo a enciclopédia, alguns estudiosos
cristãos interpretaram essa passagem como uma precursora da Eucaristia.
O texto em Hebreus (7:3) diz: “Sem pai, sem mãe, sem
genealogia, nem princípio de dias nem fim de vida! É assim que se assemelha ao
Filho de Deus, e permanece sacerdote eternamente” (Bíblia de Jerusalém.
Paulus). A interpretação dessa passagem tanto pode ser a de que Melquisedec era
semelhante ao Filho de Deus, ou o próprio Filho de Deus; outras entendem que
houve um erro de tradução e que a ordem que ele dirigia é que era “sem
genealogia”. Apesar de aparecer poucas vezes na Bíblia, Melquisedec se tornou
uma das figuras mais discutidas e misteriosas do livro sagrado, sendo alvo de
interpretações tanto no cristianismo quanto no judaísmo. Uns entendem que a
narrativa de Melquisedec fazia parte de uma tradição independente, inserida de
forma desastrada na narrativa da batalha travada por Abrão. Em algumas interpretações
rabínicas, ele é identificado com Sem, filho de Noé; outras afirmam que
Melquisedec instruiu Abrão na Torá, e ainda, que a escola de Melquisedec era um
dos três lugares em que o Espírito Santo se manifestava; ainda identificaram
Melquisedec como sendo um dos quatro ferreiros citados em Zacarias (2:3); e o
Talmude ensina que Davi escreveu o Livro dos Salmos incluindo nele o trabalho
dos anciãos, inclusive Melquisedec.
Já na tradição gnóstica – conhecida por meio dos textos
encontrados em 1945 e hoje conhecidos com a Biblioteca de Nag Hammadi –, é
revelado que Melquisedec é Jesus Cristo, ou seja, como Jesus, Melquisedec vive,
prega, morre e ressuscita.
O que deixa a história ainda mais curioso é que esse
ser é citado em culturas diferentes antes mesmo dessas terem realizado um
contato. Para ser mais exatamente, refletindo isso em probabilidades, seria
quase nulo a idéia de dois povos que viveram em regiões diferentes do planeta e
nunca tiveram contato entre si, relatar a presença do mesmo ser, com o mesmo
nome e com as mesmas características “divinas” sem que esse estivesse existido.
E a história não acaba por aí. Dizem que ele é o lider da Ordem que leva o seu
nome e que seria responsável pela evolução gradual da Humanidade. Nomes de
pensadores e cientistas famosos foram ligados a essa Ordem. Existe uma lenda
que diz o próprio Cristo tenha feito parte da Ordem mas sem nenhuma prova
concreta.