Certamente algumas práticas ditas "esotéricas" tratam de fenômenos de real valor; contudo, as causas e efeitos permanecem incompreendidos, quando não são deturpados – involuntariamente ou não – pelos que a elas se dedicam com tanto afinco. Eles não conhecem, absolutamente, os assuntos que supõem dominar.
É o caso, por exemplo, da numerologia e da astrologia. Qual numerólogo, hoje, conhece realmente a fundo a lei dos números, para poder instruir com segurança o seu semelhante? Qual deles pode dizer que domina integralmente a relação entre nomes e números? A maioria ensina a fazer algumas contas, agrupar algarismos, cujo efeito final é inflar a vaidade do consulente (se o resultado for favorável) ou lhe por sobre a alma uma angústia desnecessária (se o resultado for desfavorável). E qual astrólogo, em seus cálculos, leva em conta as incontáveis nuances cármicas individuais, a irradiação da própria Terra e a de astros ainda hoje desconhecidos da astronomia? Quem dentre eles está ciente de que as irradiações dos astros são meros canais por onde seguem os retornos cármicos? Sem levar em conta esses aspectos, a astrologia só pode produzir um trabalho restrito e fragmentário, causando muito mais danos que benefícios.
Se os pesquisadores das múltiplas tendências ocultistas guardassem para si os resultados dos seus estudos, não haveria maiores problemas, e também para eles seria melhor, pois evitariam sobrecarregar-se com um carma desnecessário. Mas eles fazem questão de divulgar aos quatro ventos os resultados de suas descobertas medíocres, influenciando um sem-número de pessoas que poderiam permanecer livres disso.